CELINA, Lindanor. Breve sempre. Belém, PA: Governo do Estado do Pará, 1973. 167 p. ISBN (broch.).
Cronista deliciosa, quando es– creve naturalmente, como Mon– sieur J ourdain fazia prosa sem o saber, romancista por vocação, com o espírito da narrativa e o dom coloquial, Lindanor Celina não é o estilo à procura do as– sunto, mas o asi;unto à procura do jornal ou do livro . Dispersiva por natureza, irre– quieta por temperamento, incapaz de fixar-se em coisa alguma, ou se fixando à sua maneira, é dessas pessoas que observam a vida e as coisas de passagem e vêem as pai– sagens e as almas como as via Lima Barreto, com os olhos fe– chados . Assim, escreveu o seu primeiro romance, Menina que Vem de Itaiara, tomando por cenário a ci– dade de Bragança, com a sua vida pacata e poética, onde as criatu– ras se arrastam com a lentidão do rio em frente, mas também com o mistério de suas águas pro– fundas . Bragança mirou-se nesse ro– mance, como alguém que se vê no espelho, mas as colegas da roman– cista, meninas de ontem, das mil diabruras na escola e na rua, não acreditavam que fosse ela, porém outra em sua pele, no caso, a sua pena. · Repetia-se a velha história, não sei se da Florentine, de quem as amigas (la aldeia duvidavam da santidade porque fora sua vizinha e andava, como as outras, sobre a terra . • Depois, outro romance, novo ro– mance: Estradas do Tempo-Foi. Aqui mudou o ambiente . Já não é a vida da província, mas a da cidade, num internato de freiras, onde os dramas são soturnos e as almas - mestras e discípulas - se consomem, se queimam a fogo lepto . Bref, passons . .. Agora, o t erceiro romance, mais . t rabalhado, mais forte, mais se– guro.: Breve Sempre, com cenário novo, além dos mares, ou seja, esse
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