CELINA, Lindanor. Breve sempre. Belém, PA: Governo do Estado do Pará, 1973. 167 p. ISBN (broch.).

A CRíTIGA E OS ROMANCES DE LINDANOR CELINA--- " . . -O que porém distingue " Menina que vem de ltaiara" dos romances que já de$envolveram o mesmo tema, é a vivacidade, o colorido da visão que a autora nos transmite daque·le microcosmo. São páginas de singular plasticidade, trazendo à lembrança (para buscar paralelos na pintura) certos quadros de Tarsila - mas de uma Tarsila que dispusesse, ao mesmo tempo, das cores do " douannier" Rousseau." ROLMES BARBOSA " A autora conversa mais que escreve, usando de sua fran– queza, ou candura,. ao puxar os assuntos, com vivacidade. O romance foi leito à mesa de jantar, entre atender as crianças e destampar a panela, em manhãs de Belém ou durante a sesta, dai um odor de varanda e caramanchão, de almofada de rendas e rede armada debaixo . da mangueira, de meninas suadas chegando da escola, qu11 o Iivro tem." DALCIDIO JURANDIR ·"Lindanor faz pensar em uma " vida de menina", lembrando uma Helena Morley do saboroso Norte, com seus amazonismos, seus banhos de cheiro, seu vocabulário único no mundo. Ao con– trário de muitos escritores, novos e velhos, da Amazônia, o que interessa à romancista é a pessoa, o homem. Não se deixou vencer pelo assombro da paisagem. A moça franzina enfrentou esse deno– minador das letras nortistas que se assemelha ao monstro Mapin- ~ guari do Museu Goeldi, assombração paisaglstica que apequena o bicho homem, na região dos ' prod igios. Lindanor Celina abateu o monstro . .. " EDMUNDO LYS Sobre "Estradas do Tempo-Foi'': " Não quero falar do proustismo neste regresso da escritora aos mundos longe da adolescência. De resto, este romance foge a classificações. Mas é ce.rto que Lindanor Celina soube, a partir de sua experiência num internato feminino, construir uma estória . de extraordinária bele,za, sem ocultar, diminuir, disfarçar ou ignorar os problemas. E sem cair nUm freud ismo fácH ou num erotismo de pacotilha. O romance deixa de ser uma análise a um colégio de meninas provincianas, para ser um microcosmos com violenta explosão humana, num mundo em movimento apaixonado, em que participam tipos humanos verdadei ramente carregados de proble– mática, uma problemática que salta do caso individual para dar lugar à pene,tração das relações humanas e do convivia humano. É uma personalidade literária tão vincada que Lindanor não lembra ninguém a não ser ela própria." AMANDIO CESAR (Lisboa) "_ . .Uma ac.urada capacidade de observar as pessoas e uma rara acuidade em penetrar nos mais disfarçados motivos, nas mais escondidas intenções e nas mais evanescentes ou quase inatingíveis mudan ças do estado de espírito dos jovens. Todo o romance é narrado em tom de sedutora intimidade, às vezes mesmo confidencial, de quem está revelando certos la: s secreta– mente guardados de há muito e, agora, confessados co,. imensa ternura e piedade para com a pobre gente que, ainda tao nova e desprevenida, começa a sentir os primeiros impactos, por vezes cruéis e decepcionantes, da vida. E com isso também, a beleza da vida e das coisas e um infinito dom de amar." F. PAULO MENDES

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0