LOBATO, Manuel. Bodas de ouro. Manáos: Freitas, 1909. 137 p.

BODAS DE OURO 101 esperanças de vel-a melhorada, de um,h10mento para o ·outro. ' Era seu espirito privilegiadamente forte e não se deixaria vencer por um sentimento como aquelle. Nem ao menos ólhava para: si, para saber que ha certas creaturas, füo interisarne~te .affectuosas, que para arrancar-lhes o amôr que lhes fortalece a vida, { preciso que o pl'Oprio coração seja extirpado. ; Terrenos apropriados, dão lügar à que as affeições ·afundem as raizes, entranhem-nas, .aprofundern-na,s tanto que participem da propria vida de quem as alimenta. . Nessas condições, o esforço -que Adelia em– pregavà .par:1 esqueaer a causa da torturá ·moral ~ eµi que vivia, por muito que elle se oppozesse a 1sso, concorria para o definhamento que se accentuava a olhos vistos. Paulo, pelo mesmo motivo, não apresentava -maior resistencia 'physica. ' Os seus ·olhos encovavam-se e o seu rosto .afinava-se declaradamente. ce·rta manhã, sem que pudesse explicar a ,razão por que, · amanhecera com uma febresinha insistente e amofinadora. A pelle estavâ resequi:. da, os olhos brilhavam. Quiz levantar-se e as pernas negaram-se ·a isso. A caóeça an~ava-lhe á - roda e elle teve de se deixar .ficar na cama. Era demais ! -f>assaria elle -sem ve!'. Aáeria nesse dia? ..

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