LOBATO, Manuel. Bodas de ouro. Manáos: Freitas, 1909. 137 p.
( BODAS DE OURO sobre a causa da tentaiiva de suicídio, quando não havia mais indícios dêsse mau pensamento~ Avivar a recordação triste, era . suprema crueldade de que ella não seria capaz. Mas tam_– bem ficar com aquelle peso . na consciencia, de ier concorrido para a desventura de alguem no mundo, atormentava-a bastante. Falou sobr~ coisas frívolas, mudou de ·assum– ptos, uns após outros, e não descobriu meio de se referir ao motivo que a impellira á visita. Adelia, que absolutamente não sabia da du– vida que pairava nó espírito de Alice, pois que nunca cogitara no extermínio de sua propría vida, não podia ir ao encontro de taes desejos. Sem o sentir, porém, ou antes pensando tirar umà ligeira vingança de Alice e de Arthur, entrou a falar de Paulo J arvet. -Tenho uma cousa a contar á menina Alice. O segredo não é meu, mas como sei qu.e a me– nina é muito discreta ... - Póde confiar em mim, por muito leviana que eu pareça. -Não. A menina não é leviana, e se eu falei assim, não foi 'porque tivesse .duvidas a respeito da menina. O sr. Paulo Jarvet fez-me uma de– claração de amôr. Dizendo isso, Adelia attentou para o sem:– blante de Alice, afim de ver se podia descobrir alteração. Alice, porém, ficou impassível.. Adelia continuou: -
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