LOBATO, Manuel. Bodas de ouro. Manáos: Freitas, 1909. 137 p.
BODAS DE ' OURO .87 << Evite, pois, que ÍíiiSO se dê e não. me queira p:_ial p.ela interferencia, nem .a classifique de in– tempestiva. . . ~«R. da prima, Alice.» A1~thUT extranbou 0 car ta. Que lhe queria :assim tão urgentemen te. 3:. s uá prima? · · Leu a çarJa e cahiu em si. Aquella suspeita JÍão lhe havia passado pelo cerebro e en tretanto .não era destituída de fundamento. _ Mas ao mesmo tempo,. reflectia elle,' que fu– -ti° Iidade matàr-se a:;;sim por um rapaz que não }he podia dar o coraçtfo ! Ella queria que elle se casasse com ella e ha– via de fa.zel-o á todo o transe? Não. As coisas não p·odiam ser assim. Adelia amava-o e não era correspondida? M_as elle Arthur não es tava nos Í:nesmos casos? ·E já tinlTa-por- v.entura pensado em dar cabo da existencia? · Neste mundo todos es tamos para soffr er, phi– . losophava elle. Isso , de q~ r.er que tudo' corra á medida dos seus desejos, I ,J.ão é regalia que Deus s facu1te-ném mesmo aos seus santos. Instigado-por essas reflexões , ~omou da penna e respondeu a carta de sua prima:
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