LOBATO, Manuel. Bodas de ouro. Manáos: Freitas, 1909. 137 p.
BODAS .DE OURO Pensava ella que tivesse havido proposito de suicidio e ficou aterrorisada. Sim !-Nãô çlevia ter consentido que Arthur se demorasse ao seu lado, sabendo os zelos que a menina Adelia sempre manifestara por elle. Mas que culpa tinha ella, Alice, de.o seu primo cereal-a, se nada fazia para merecer essa atten– ção '? Estava cançada de o desilludir ! E emquanto ajudava a tratar da mepina Ade- · · lia; fazia protestos intimos de não mais dar ca– bimento a scenas gaquella especie. Esquivar-se-ia de_Arthur até o dia da sua partida que estava marcada para breve. Ninguem mais lhe' poria os olhos em cima. Estav~ intei– -i·amente formado esse proposito, quando -a me- · nina AdeJia entrou a abrir os olhos, recuperando os sentidos.· M • • B,econhecendo Alice, aj.oelhada ·a seus pés, püxou-a , par~ ·si e beijou-a enternecidamente. Esse s:ii-nples gesto de gratidão mais conc.orreu para que Alice accentuasse as suas suspeitas de que se tratava de uma tent.ativa de suicidio: E por muito que a jsso SI:) oppozesse Àdelia, esfriado o enthusiasmo, com o incidente, · foi . -promptamente acéeita a proposta de regresso ·· par.a a aldeia. · . · , · Traziam todos aquelle ar t~istonho das pçssoas que se cançaram em folguedos exaggerados.
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