LOBATO, Manuel. Bodas de ouro. Manáos: Freitas, 1909. 137 p.

76 BODAS DE OURO • - Não havia dúvida ,- murmur_ava elle infr- nrnmente, a menina Adelia era digna das atten– ções de um rapaz que presasse o seu nome e' o nome de sua familia. Adelia era um typo delicado de moça, uma exemplar não commum de loura e olhos azues, côr de turqueza. O ·nariz aAlado, o rosto oval, labios finos , linhas suaves e -ondulantes, de es– culptura grega. Andando, num passinho estugado, tinha a graça surpréhendente de uma creação feliz de conto de fadas. E, então entrajada de branco, lembl'ava uma dessas apparições extranhas surgida do seio mysterioso das aguas, envolta num tecido delicado de levissima espuma. As naturezas assim, porém, comquanto pos– suam encantos, p_arti~ipam daquella inexpres– siva quietude, daq uella serenidade fria do poe– tico edelwe_is, a flôr que vem ao mundo para pôr uma nota de vaidade no gelo esteril das altas montanhas ... O typo de ,Alice não participava talvez da mesma perfeição esculptural de Adelia. O seu rosto tendia mais para o redondo do que para o oval, as suas curv;is eram mais ac– centuadas, a sua coriipleiç,ão urh pouco mais forte. ' O conjunctó, p 0 orém, agradava e Alice que não tinha menos elegancia do que Adelià, at-

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