LOBATO, Manuel. Bodas de ouro. Manáos: Freitas, 1909. 137 p.
BODA/, DE OURO · Era possivel que Alice pertencesse a ·essa classe. Mas o (( monstro de olhos verdes» infil- · trou~lhe um pouco de veneno no cora<;ão e logo os seus pensamentos se transformaram. :Não, não podia ser. Elle bem via que, com Paulo, Alice procedia de outra forma: não lne fugia e mostrava encantar-se com a sua conver– saç.ão '. Ao lado dellé, via-se sempre risonha. muito alegre e feliz. O niesmo não se dava . quando elle, Arthur, se lhe chegavá. Alice tinha: • sempre uma pontinha de despeito com que O· castigar, uma contrarieda-:le a lhe tornar patente. Isso, certamente, n~o queria indicar que elle era amado. Sob a impressão dêsses pensamentos, pedi•u licença para se retirnr, desculpando-se com o chamado que recebia de um outro grupo. -Já tardava qu~ o sr. Arthur não manifes– tasse tédio pela nossa compànhia. -: Não diga 'isso, menina Adelja, que procede injustamente. E o sr. Pau1o dirá se é ou não o que eu acabo de affirmar. · . Paulo que anciava pelo momento de se encón– trar só ao ' lado da menina AdelÚi, concordou · ,com Arthur. - É um rapaz muito distincto, disse Paulo, quando Arthur já se achava afastado., - · - É, mas não sei por que lhe desgostá a D1i.,. nha companhia. - Aquillo é propr10 do seu temperamento : (
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