LOBATO, Manuel. Bodas de ouro. Manáos: Freitas, 1909. 137 p.
70 BODAS DE OURO Não há dia chuvoso e aborrecido, quando um contentamento intimo nos faz descobrir um mo– tivo ,de jubilo em .tudo que nos cerca. Póde a chuva desencadear-se monotona sobre a terra; póde a tempestade torcer, nos seus am– plexos violentos, o corpo resistente de ar~ores antigas, interceptar, r aivosa, a haste debil de vegetaes floridos, em plena vitalidade, nada nos entristec'e e nada nos comm'ove, · E então quando a nossa·. expansão jubilosa tem por origem o reconhecimento seguro de ser o nosso affecto bem comprehendido, chegamos .ás vezes a tornar-nos indifferentes aos· gritos angustiosos dos que soffrem, ou pelo menos evitamos pressuroso. a sua visinhança ... · Ora, essa não era a .condição de Adelia: Ao contrario-, ella comprehendia que não tinha dado o melhor emprego ao doce enlevo a que se entre– gava o seu coraç.ão puro de moçà inexperiente... Os olhos indicavam bem para qµe lado esta– vam voftada:3 as attenções de A.rthur. Mas tanta era à estima que lhe votava que não tinha coragem para repellil-o. Assim, logo ·que Arthur se approximou, con- . âuzindo Paulo pelo brac;o, ,,ella teve ·um sorriso de satisfação. , -.-Ora gaças, dizia elfa, que mereço a honra de formar grupo com os srs. ~ ~Entret'anto o meu amigo Paulo Jarvet quei– xa-se de haver a menina Adelia fugido delle.
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