LOBATO, Manuel. Bodas de ouro. Manáos: Freitas, 1909. 137 p.

BODAS DE OURO 69 Arthur- indignava-se, julgando-se illudido por elle. -Mentiu-me o descarado, pensava, para afastar as minhas suspeitas. Ah! mas eu tenho bon~ olhos e não me deixo enganar assim com · essa facilidade. Approximou-se de Paulo e tomou-lhe do braço. ' - Vamos passear juntos, não é assim que a gente obfem as coisas. O sr. não se approxima, como quer que ella êomprehenda que o sr. gosta -della f - Tenho tentado varias vezes e todos os meU:s esforços têm sido inuteis. - Vamos a ver ... E conduziu Paulo para perto da menina Adelia, que não se mostrava a mais alegre das itinerantes ... Notara a fr:ieza de Arthur -'--€ isso a incom– Ínodava bastante. , De que lhe sérvfa, pois, aquella alegria cir– -cumdante, o · explendor victorioso da rrianhã toda lavada de luz, luz clara e bemdita, que ·se espalhava· risonha nas àglias ·tranquillas· do' ria- •cho murmurejantef .,... A luz solar desenha realmente as paizagens, 'é que·m as colore magistral'rriente; m~s quem lhes empresta alegria ou tristeza, quem lhes com– rh urrica-·mtJvimento-e- expressão são· os nossos olhos. ·