LOBATO, Manuel. Bodas de ouro. Manáos: Freitas, 1909. 137 p.

BODAS DE OURO -Ora, minha filha, dizia esta, por que não vaes na companhia das de tua edade? Ainda te sentes adoentada? --Absolutamente, nãq_. Mas-parece que a' mi– nha companhia já não te é ·agraclaveJ, como an? tigamente. -Que tolice, minha filha! É que eu gos-to de te ver alegre e satisfeita, rindo de tudo. - Vel-o-ás mais tarde. Deixa ao menos -0 sol -surgir. Em estando no escuro, não me si~to _nun- : ca á vontade. -Deus o perm,itta, porque, elo contrario, me fazes descon6ar da tua tristeza repentina. '-Tinha graça que a .mamãe., que· tão bem me conhece, entrasse a pensar mal ele mim. ~ Mal não digo. Mas quem póde 'Já affirmar que não andam c0-raminholas por essa cabeci- nha... · -Quem a ouvir, pensa que se trata mesmo ae alguma cousa. - Estou brincánd p01s sei que nada se passa por esse cor·açãozinho sem que eu seja sabedora. E apertmiêlo Alice em seus braços, caminha– ram, mudando d$él conversa. Quan.do chegaram ao sitio escolhido para o pic-nic, o sol Já se·havia d,eslindado elas sombras. E do cabeço ·movediço das arvores subiam, espj.ral-antes, ond;1s .de umct fumaça azulada e tenue. *

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