LOBATO, Manuel. Bodas de ouro. Manáos: Freitas, 1909. 137 p.
60 BODAS DE .OURO " -:- Já lhe fez saber os seus sentimentos? - Não,.porque tenho.a certesa de uma recusa · formal. . -Talvez não seja tanto assim. '.. É preciso -.. primeiro approximar para depois .garantir o que me diz. . . · - O sr. fala assim porque não sabe •o que -é isto de a gente amar uma pessoa que não nos honra com a menor attenção. Não sabe o que . .. são as noites mal dormidas, nu.m leito .cheio de espinhos, porque só se_ tenha um. idéal e- este nos fuja das mãos ; o que é correr atráz de um:a miragem fugidia e eng:anad.m:a; o que é conce- ber um futuro de venturas e o ver transformado na mais· desoladora e cruel realidade ... -.- Deseja, por ventura, que eu lhe preste o meu insigni6cante auxilio~ · - ·se. não fosse abusar de sua bondade ... - Não o é, dou-lhe a minha palavra de c_a- valheiro. Estou ao seu inteirq dispor. - O sr ..ha de achar exquisito que eu appelle para o· concurso do homem que .sei àmado_pela. · doce visão do~ meus sonhos. , Mas que. quer f Amo a menina Adelia, ~ ella a q,rúca preoccu– paçã0, da minha existencia ; n.essas condições, acéeito o seu amôr · mesmo como uma esmola, como .um resultado da compaixão d·e sua .alJna sensível. Que me- -importa que a nüio que me çonduz ao ceu ào meu amôr ; -seja. a. d.e . um ri~
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