LOBATO, Manuel. Bodas de ouro. Manáos: Freitas, 1909. 137 p.

BODAS DE OURO 57 Esquecera .mesmo os dissabores e ainda que Arthur nào lhe dirigisse .palavras de especial affecto, a conversação simples so_bre factos corri– _queiros adquiria extranhas fórmas aos seus -ouvi- dos ·de apaixonada. . .Os convidados entraram a, retirar-se, um a um, até sahirem todos. As horas que se segui– ram,, porém, destinadas ao descanço, foram de insomnia para Alice, Arthur e Paulo. Alice que se dispozera a ajudar Adelia na conquist_a do seu sonho, sentia que era um roubo que fazia ao proprio coração. E com que inte- _ I?esse? -Não. am.ava tambern Arthur? E por que havia de declinar- do seu direito de ser amada ' por urna outra, que nem ao menos lhe merecia uma amizade intensa é particular ? .Era. sua conhecida, moça digna de attenr;ões, -mas nada explicava a resol~ção qµe tomara de lhe deixar o campo livre, A outra era infeliz por- . não ver· a sua paixão corrnspondida ,? Mas . o seria ·ella _menos, deixan'cl,o partir para outras mãos, o affecto por que anciava a sua airna doce- mente sonhadora? · Não, de certo. Em todo .o caso, havfa pro– rnettido não fazer fr_ente. á sq.a rival e ia cumprir– a sua palavra, deixando. curso livre aos acontec-, úi:nentos. Tudo se fai.:-ja conforme. .a v~mtad~ de Deus z Elle que·tomasse o sacrificio"ell1 benelici'ode s.uu almà. ' · (

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0