LOBATO, Manuel. Bodas de ouro. Manáos: Freitas, 1909. 137 p.
BODAS Dl,J OURO - Isso quer-ia o sr. para arredai-o do lad-0• da sua prima. ~. Está em boas mãos. Arthur irritou-se ·com essas palavras e apro– , veitou o ensejo -para se retirar da sala. Levava todos os tormentos do inferno no ce– . rebro e no coração. Notando a · sua ausencia, Alice 'procurou abeirar-se de Adelia :Morel. · -Tão só, menina Adelia? --É verdade, estou apreciando a festa .. - Mas eu não a quero Yer triste. -Triste, eu? Por que motivo? . -Não vejo o seu bell°o ca:valheil'O ao lado. -Aquell e bello cavalheiro nada t~m em sii que a sua ausertcia.possa determinar tristezas em mim. Eu creio que o mesmo não póde dizer a minha amiga ... - · Ai ! que tem ciumes delle ! -Eu? Por que? Quando mesmo gostasse del- le, não o vi fazer a córte a ,ninguem e só a mim deu a lionra de sua companhia ... --Já vê que não tem razão de queixa. -,-Nem me estou queixando. Aquellas palavras foram punbaes cravados no coração de Alice. Disfarçou pela sala e J·es– . appareceu para o .seu quarto, onde- foi dar vasão· ás iagrimas que .lhe queriam saltar dos olhos. · Abriu uma janella e poz-se de ·Já a contem– " plar os astros. A noit-2 era profundamente negra e o ceu apresentava-se soberbo; reoamado de-
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