LOBATO, Manuel. Bodas de ouro. Manáos: Freitas, 1909. 137 p.
BODAS DE OURO 43 presa: Na pequenina nave, toda enfeitada de ro– sa:s brancas, echoou a voz dulcissima de um harmonium, toca~o por um organista que o sr· • Brandet fizera vir de Paris, especialmente ·para o acto. Ninguem estava avisado disso senão o cura que foi quem o hospedou por duas noites. E a Marcha Nupcial, de Mennclelsohn, extraor– dinaria de _melodia e sentimento, calou profun– damente no espírito de ·todos. O cura estava radiante, dentro das vestes . que mandara fazer para esse dia: Effectuou a ceremonia e . dirigiu conselfios paternaes aos nubentes. - Não lhes ia, começou elle, dirigir um dis– curso bonito, porque não o saberia fazer. As suas palavras seriam antes uma prece do que qualquer outra coisa, porque ·essa tinha sido sempre a melhor corhpanheira da sua longa · existencia. Assim, não -pedia a Deus, senão que elle não ab,and.onasse:o novo lar, que alli ponti– ficasse: E para o fiel cumprimento dos preceitos ·çla egreja, a obediencia e ·a fidelidade de que ella fazia cabedal necessario para a felicidade conju– gal1 pedia ao Omnipotente que nunca diminuisse aquelle affecto puro que fizera nascer no coração dos dois felizes noivos. O amôr verdadeiro é necessariamente .ores– peito, a doçura, a meiguice, o perdão e a ·fide– lidade. E tanto isso era . verdade que Deus syn- · thetisara nelle todos os seus mandamentos.
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