LOBATO, Manuel. Bodas de ouro. Manáos: Freitas, 1909. 137 p.
BODAS DE OURO 41 Apenas uma vez, em todo esse tempo, dis– cordaram os ,noivos da opinião dé Brandet e foi relativamente á maneira por que seria feito . o casamento. Clara e Benoit queriam-no á moda da aldeia e Brandet e esposa, conforme esse·acto era feito em Paris. · · A discordancia erftr'e gen·te educada, porém, não assume as proporções da balbur·dia insup– portavel qúe se nota na mais ligeira divergencia entre pessoas _que não têm tratamento. E os velhos, sorrindo, amaveis s empre, submetteram-se ás · ponderações razoaveis dos d,ois jovens. · Viviam alli, todos queriam tornar parte nesse acto, concorrer para o seu brilh_antismo, nào era justo que se alienasse a presença dos humil– des de uma · festa toda de coração. Em Roma como os romanos. Demais o cura estava empenhado no bom exito dêsse casamento: era amigo de ambas as partes e pretendia fazer uma ceremonia, dizia elle, principesca. Obedecendo aos seus desejos, a ermida passou por uma reforma quasi com– pleta. Brilhava nas suas novas tintas e os alta– res recebiam ornamentos todos os dias. · As despezas, comtudo, que elle pretendia cor– r ·essem por conta dos p_arcos recursos que pos.:. sara e que eram partilha da pobresa alrteã, fo– i-am encampadas pelo sr. Brandet.
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