LOBATO, Manuel. Bodas de ouro. Manáos: Freitas, 1909. 137 p.

38· BODAS DE OURO ' -Obrigado, sr. Brandet. Agradeço-lhe de todo o coração o th esouro que ent'rega á minha guarda: tudo facei para me . tornar digno delle. - ~ De si, do seu caracter e da sua educação, ~ão espero outra cousa. · . -Sou pobre, porque não tenho mais do que aque!le campo que ·cultivo. Com a boa vontade, porém, de que disponho, dá para o custeio da minha casa e para offerecér alguns conforttJs á minha futura mulher. -Não me fa.le nisso. Não tenho a minha fi- · lha para exploração ou como objecto de negocio. Faço questão de úm genro honrado e trabalhador · e o sr. o é. Mas apezar de tudo, Benoit ainda não $e_ sentia perfeitamente• á vontade: o sr. Brandet tinha ascendencias sobre o seu espirito, como pae de sua noiva. E nessas condições, desejando ardentemente conversar com Clara, não tinha coragem de manifestar esse desejo, aliás naturalíssimo. Homem de espírito agudo, conhecedor -das etiquetas sociaes, Brandet satisfez os desejos do futuro genro. · A. scena dêsse encontro teve delicias ex– ,cepcionaes: Não era a primeira vez que se viam, mas só agora podiam dizer-se mais proximos um -do outro. Tiveram permissão para a troca do :primeiro abraço, e a Benoi( quasi que fallecem

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