LOBATO, Manuel. Bodas de ouro. Manáos: Freitas, 1909. 137 p.
28 BODAS DE OURO· -Arreda o pensamento dess\:1 tolice, . minha filha. Esqueceu-te? Faze-lhe o tr1.esmQ. - Não me esqueceu, mamãe. · Aposto que é o acanhamento que o leva a proceder assim. ,.- Has de concordar que não fica bem de nos- . sa parte ir procurai-o, para offerecer a· tua mão. Nem -que fosse um príncipe! -Não digo que me offereçam. Estou certa, mesmo, que se o fizessem, era capaz de me re– cusar e eu lhe dava toda a .razão. - Recusar, elle ~ Quem é para o fazer? - .É um homem honês-to, mamãe, -Não bast,a. · -Filho de tão boa familia, como a minha. -Não recebeu a tua educação. :-Isso é que é preciso provar. · ~Gostas assim deli e? Pois parece que elle não te paga na mesma moeda. -É possivel, mas eu duvido. -Qual a prova que me apresentas? -Não me fç1les assim, mamãe. E envergo- nhada, occultou o rosto no Ienç*, chorando. . A sr.ª Brandet achou que não era esse o meio de dissuadir a filha. Era preciso falar-lhe por outra fórma; pois o amôr proprio ferido po– dia induzil-a não á indifferença, mas a uma pai– xão ardente. Conhecia os sentimentos da filha. Sabia que uma:resoluç-ão sua era tomada depois de medidas · as vantagens, de sorte que · as suas reS[)Ós tas
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