LOBATO, Manuel. Bodas de ouro. Manáos: Freitas, 1909. 137 p.
22 BODAS DE OURO - É muito. bonita. ~ Lá isso é. Aquelle sabiu ·aos paes; ha de ir longe, porque não esbanja o que tem e trata de · a ugmentar o peculio. -Não póde ser. -Por que~ - Por cpie eu quero possuir aquelle peculio. - Como, minha filha? Enlouqueceste?. Pois havemos de o roubar? -Não é preciso. - Como, então, queres tu que arranjemos esse negocio'? -Está venGl.o '? E dizes sempre que me fazes todas as vontades . . . ~ · - Mus essa é impossível. :-Não é. Suppõe que eu o ache digno de ser meu marido .. . - Mas isso não pode ser, minha filha . Elle ,é um rapaz muito bom, um excellente caracter, mas isso não basta para satisfazer um?, rapariga que recebeu a tua educaçl;i,o . -A mamãe tambem está encarecendo mere– ,cimentos que eu não tenho. - -Soõ. j usta, minha filha e não 1uero· cavar a tua infeficidade. · -A minha_infelicidade! Pois não vês que eu ,<só serei infeliz casando com um homem que me · seja indifferente '? Que importa que não seja rico, se sabe trabalhar'? Nasceu no campo, mas apro– veitou o seu ·tempo. Eu só.considero pobi·e aquel-
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