LOBATO, Manuel. Bodas de ouro. Manáos: Freitas, 1909. 137 p.
13.6 BODAS~DE OURO e· faziam-no tão á vontade que se diria uma festa delles proprios. · Esforçiavam-se para que ninguein tivesse o menor motivo · de queixa;; attendiam . a todos, sem que fizessem distincções sociaes. · E tão a gosto se achava a pobresa naquelle €estival, que dançava . e- cantava, concorrendo assim paEa o brilhantismo que Benoit queria-dar ào casamento de Alice. , Já era noite. alta, · quando os convivas foram acompanhar Arthur e Alice até á casa que elles haviam com tanto carinho preparado para mo– radia. ·· Cercada de arvores, _muito branca, lembrava um ninho de ave amorosa, .feito da maciez do arminho. -Estamos finalmente sós, murmurou Arthur ao ouvido de Alice. ' ~Realisei o meu sonho, querido Arthur. · - Sim! O nbssó sonho de amôr, o doce so– nho que acalentámos nas nossas alnias. Deus não nos abandonou ! Eras a minha revelação do ceu na-terra e vejo-te hoje tão proxima ·de mim, que só Deus nos poderá apartar e dahi, - quem sabe? - àpenas pelo tempo preciso para um des– pedir-se da vida, depois do outro. -É assim que tu me amas? Ai! como se confundem os nossos sentimentos, como os rithmos qo nó"sso coração se egualam, como é, ;, ,.
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