LOBATO, Manuel. Bodas de ouro. Manáos: Freitas, 1909. 137 p.
-lB.4 BODAS DE OURO Parecia que, com o temp'o, as flôres se h-aviarri multiplicado e cobriam o chão em tufos. · · · Os sinos da ermida bimbalhavam côm alegria. E ao penetrarei11 na egreja os casaes, o vélhÓ harmonium despecliu-mod~lações suaves, .encan.: ta.doras notas, que trouxeram, do fundo ?ªS re– cordações caríssimas, a per,ola do pranto aos olhos de Benoi t e de Clara. · Começou então a missa. O cura não se havia esquecido da sua parte e foram entoados lindos ·cantos religiosos, tão expressivos, que era como se hostes angelicas, de azas roçagantes, tivessem , baixado á terra para se fazerem ouvir durante ·aquelle acto. Todos estavam immensamente commo:vidos. E á 110ra da -commúnhão, uma após outrà, ajoelharam-se as 20 meninas, depois os paés de Alice. e por- fim Benoit e Clara. · Arthur e Alice já o haviam feito-ele vespera. Só depois de terminado o santo sâcrificio da .missa, foi qu.e o cura se preparou para realisar a ceremonia r epgiosa do matl'imonio. E teve palavras affectuosas para os dois. \ -Tendes em casa, começou elle; o melhor exemplo- da vida conjugal, como Deus a quer. Conheceis na aldeia (e quando o disse, tinha os olhos fitos erri Paulo) outros exemplos de fideli-– dade e· de inteireza moral. Mas em vós mesmos está a semente de todo 'o bem e de toda a ventura que Deus deixou no mundo: .:_é o arnôr. Este
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