LOBATO, Manuel. Bodas de ouro. Manáos: Freitas, 1909. 137 p.

BODAS DE OURO 129- Dessa data em deante, Aiice sentiu--:se mais á vontade, trabalhando para o grande dia. Mas se alguem houve que tocasse .o auge do contentamento com a noticia dêsse noivado, foi Adelia e por consequencia Pa-ulo. Sim-! porque este não tinha um sorriso que não fosse o sorriso da sua mulher. Um caracter integró, na éxten– são da palavra, tinqa tanta devoção pela esposa, que um olhar que desviasse della, para attentar. sobre as graças de uma outra, . seria por elle. considerado como uma faltfl, gravíssima. Adelia,' seja dito de passagem,. merecia essa attenção affectuósa: correspondia-a com egual ardor .. E- tanta confiança existia entre um e outro, que trarismittiam as suas menores impo– sições, sem r·ebuços ou hypocrisias. . Se ficou extraordinariamente alegre com esse noivado, explica-se: doer-lhe-ia que um tempo de insensatez súa separasse para sempre duas creaturas que pareciam nascidas uma para outra. _ · . Traduziu esses séntimentos áo 'seu marido e .este, como · tudo que · a podia a:ffiigir', tratou de desvanecer esses pensamentos. . - Não te affiigas, minha filha. As coisas~ru: mam para esse fim. A menina Alice gosta de Arthur e Arthur della. Não precisam. de auxi– lio extranho para que se cheguem ·a compre- hender. · -Olha · que ás vezes eu não posso entender 9

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