LOBATO, Manuel. Bodas de ouro. Manáos: Freitas, 1909. 137 p.
126 BODAS :OE OURO ser feito á noite. Havia tempo para se prepara– rem para o casamento. E assim as fes tas teriam mais esse interesse. Feita a combinação entre os dois, separa– ram-se. Alice nada disse, para que tudo viess~·de sur– presa. Sabia que o candida to á sua mão era es– timado de todos em sua casa e por isso não se · arreceiava .de coisa alguma Á hora, pois, em que Arthur costumava ir á casa dos seus parentes , entrou. Não se apurara nas roupas, mais do que o costume. Mas aquillo que elle suppunha a coisa mais facil dêste mundo, tornou-se a mais difficil, das que até então tinha emprehendido. Procurou meios de aborcbr o assumpto do seu casamento e as tentatívas todas falhavam. Faltava-lhe a cOJ·agem e as palavras não acudiam. ' -Noto, dizia Benoit , que Arthur tem hoje qualquer preoccupação que n:'.j,o o,deixa sér ex– ·pansivo como das outras vezes. Só me faz lem– brar o dia em que fur ped\1' a mão da minha querida Clara e c1uasi nüa encontro occasião de o fazer. Ar'thur- teve vontade de dizer que se tratava de causa identica, mas a palav.ra expirou-lhe na garganta. Alice olhava-o, participando da mesma affii– eção. E pana ver se o encorajava, deixou a sala. ,
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