LOBATO, Manuel. Bodas de ouro. Manáos: Freitas, 1909. 137 p.

BODAS DE OURO 12õ -Prima, diga-me essa palavra de amôr que ha tantos annos espero. Diga-me que no seu co– ração puríssimo · existe o fogo sagrado do senti– mento nobre que divinisa a humanidade e a torna menos imperfeita. Diga-me que esse affec to con– solador que balsamisa a a lma existe ahi, fazen– do-a vibrar de interesse por mim. Olhe, eu não conheço outro propnsito no mundo, se não o de a fazer feliz. Todas as constellações do céu nào conseguem obscurecer os brilhos dêsses olhos que eu sinto a il Iuminar rninh' alma. Que quer? Eu amo-a. E essa doce expressãõ quando a 01:,1vi– mos ele creatura amada, encerra todas as ma– ravilhas clue Deus espalhou pelo universo. Di– ga-m' a: é a minh' ::ilm:a que quer ouvil-a de sua alma! · - Amo~o, murmurou Alice. -Mais uma vez, · prima. Repita essas duas palavras tão doces, que nunc.a os anjos as ·pro.,. . nunciaram mais melodiosamente. · -Amo-o, ,ãmo-o ! E é só . que eu_sei dizer~. Guarclandó os meus sentimentos por tantos annos 1 julguei que um ·dia .eu os poderia traduzir numa verdadeira catadup~ de palavrás. Mas não pro– curo rebuscar phrases, repito apenas o que mi- nh',alma diz : Amo-o ! · .Arthur desejava communicar imrnediataínente o facto aos ·paes de Alice, tanta era a sua felici-:- <lade. · .. Mas Alice foi de opinião que o pedido devia

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