LOBATO, Manuel. Bodas de ouro. Manáos: Freitas, 1909. 137 p.

BODAS DE OURO 123 1 onde ha flôr e bom gosto, as festas são-sempre pomposas. Os balões podiam ser importados de Paris e esses com certeza não iam custar urna cifra muito grande. Demais, festas dessas a gente não as fazia duas vezes na vida. Com tanto enthusiasmo emprehendeu Arthur o seu trabalho, que na aldeia todos anciavam pela chegada do grande dia. Pobres e ricos, todos tomariam-parte nos fes.. tejos. Alice 'éra a sua melhor e mais activa ajudante. Opinava tambem que se devia fazer isto ouaquillo, mas preferia sempre que a idéa predominante • fosse a de Arthur. Pouco, mais de dois mezes faltava para o gran~ de acontecimento, quando Arthur, um di 0 , teve a dita de se ver a sós com Alice. Approximou-se ,della, com timidez e perguntou: • - Sabe qual seria a parte mais interessante <la festa que estamos preparando com tanta de– dicação? - Diga logo qual séria. Nunca ºtive boa cabeça J)ara as charadas. -O nosso enlace matrimonial. -Eu logo vi que o primo queria brincar. -Não diga isso, pelo amôr de Deus. Se não ,ê do · gosto da prima, é outra cousa. Não diga, porém, que estou brincando. Amo-a e a prima não o ignora. Todo o encanto da minha yida tem

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0