LOBATO, Manuel. Bodas de ouro. Manáos: Freitas, 1909. 137 p.
BODAS DE OURO . 13 -as co_isas ao approximar-se a hora dôce do An- gelus maguad_o. , Ber:ioit tirou o chapeu e ficou p'ara alli a olhar, firme, como se tivesse os pés pregados ao solo. Não contava com aquella apparição e a surpresa o estarrecera. . Clara, entretanto, · notando o effeito que pro– duzia no ·rapaz, começou a approximar-se. Já se sabia amada 1 Quem poderia dizer que não?. Qual a mulher, mesmo ingenúa, que não percebe a impres são que p\roduziu sobre um rapaz 1_ E ,quando mesmo, até então, os senti– mentos de Carlos não ·tive,-sem sido descobertos, bastava aquella indecisão para revelAl-os aos olhos mais inexperientes , -Boa tarde, sr. Benoit. - Boa tarde, menina Clara. - Que "lindos campos estes seus. Ainda não tinha tido a ventura de apl'eciar fructos tão ~ bellos. E que vermelhas são as cerejas! Benoit teve ímpetos de se lhe ajoelhai· aos pés e dizer que os labios dêsse anjo eram m_uito mais lindamente. rubros. Mas não teve bastante presença de espir-ito para isso. E ella proseguiu: ' -Lamento que ha mais tempo eu nii'> tivesse dirigido os · meus passeios para aqui. Mas não quero empatai-o: Sei que o sr. está occupado e que o estou estorvando. -Não diga isso, menina Clai·a. O meu-tra-
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