LOBATO, Manuel. Bodas de ouro. Manáos: Freitas, 1909. 137 p.
BODAS _DE OURO 105 va-lhe a mãosinha breve pela fronte e auctori– taria dizia : · - Já me está desobedeceqdo e eu não .·gosto . de rebeldias .. Uin doente deve ser como uma · creança e obedecer ás ordens que recebe d?. sua enfermeira. Paulo sorria e ficava immensamente penho– ra.do por aquella:s palavras. caridosas. . -Nesse convivio intimo, Adelia teve occasião de conhecer melhor ~o ten;iperamento •de .Paulo. Era um meigo, um delicado, um hom,em nas- cido par.a o doce aconchego çla familia. · Tudo nos seus aposentos deixáva transpare– cer um espirito nervos.amente _ordeiro. -N9 seu p.rqprio leito de doente, elle queria tudo arruma– do e a todo o momento_procurava apagar as rú– gãs que os moviment_os cavavam .no lençol que cobr:ia o colchão. . ·. Gravemente enfermo, como _se a_chava, não ,tinha Í)l1pertiI].encias, nada exigia e tudo accei– tava, q_ue lhe déssem. Reconhecendo essas ql..\alidades todas, Adelia indagava de si, para si, por que: não correspon– deria á estima que esse ·rç1,paz lb·e ófferecia ~ A verdade, porém, é que, quando Paulo en– trou em franca convalescença, depois de quasi um ·mez em_ que s~ viu entre a _vida e a morte, já o pensamento de Adelia se .volvia menos fre– .quentemente para Arthur.
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