LOBATO, Manuel. Bodas de ouro. Manáos: Freitas, 1909. 137 p.

104 B ODAS DE OURO Anciava tanto, que por fim teve .de fechar os _ouvidos ás badaladas do· relog io , que não cor– r espondia á anciedade indizivel em-que elle se achava. · A soffreguidão de Paulo só teve term,o, quando á noite ouviu .a voz de Adelia e de s ua geni– tora. . E fic9u visivelmente satisfeito quando ouviu a menina indagar se o doente não se recusava a receber visitas em seu quarto . . SatisfeÚo esse des~jo, num só rapido olhar, Adelia presentiu que se não tratava de doença li geira. E assim r ealmente era. O meçlico havia esta– do alli pela manhã e dissera que o doente pre– cisava de r epouso absoluto e que tudo quanto o - pudesse affligir devia ser evitado . · ·, Nessas condições , Adelia comprehendeu quàl -. eram os seus deveres de amizade e a s i mesma prometteu, que nào deixari a de 9 ir ver, pelo - · menos duas vezes durante o dia. Emqqanto ao lado de Paulo tinha carinhos especiaes para elle. Elia mesma fazia questão - de lhe propinar os medicamentos , a hora e a tempo e dar fiel cumprimen to ao reg ime lacteo em que o ·.doente fóra'posto por prescripção me– -0.ica. ·Raramente permittia que Paulo externasse qualquer pensamento. E assim que o enfermo entrava a parolar mais livrem_ente, ella passª- ! !

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