Batuques de Belém
Outras Notas Sobre o "Abassá" de Ida Carmem - Durante as festas no terreiro de Ida Carmem, ê feita defumação do ambiente, várias vezes, por uma moça que trabalha com ela e que usa um turíbulo im· provisado. - As filhas-de-santo dançam de turbante branco, que é retirado quando entram em transe . Algumas usam, por cima do traje ·branco, um "pano da Costa" colorido e listado . - Quando há função nesse batuque, sempre é con– vidado o pai-de-santo Astianax Gomes Barreiros (co– nhecido por "PREGO"), para auxiliar a ialorixá em seus trabalhos . - Enquanto as filhas-de-santo dançam de sandâ– lias brancas, os filhos-de-santos o fazem descalços . - Ida Carmem às vezes fica um pouco nervosa, quando, as filhas começam a "pegar o santo" porém consegue dominar a situação, com sua forte personali– dade e pulso firme. O BATUQUE DE COLAÇO Colaço, ou melhor Manoel Colaço, era outro pal– de-santo famoso de Belém, falecido no Rio de Janeiro a 7 de fevereiro de 1968, de enfarte no miocárdio. Seu terreiro está localizado à rua Itororó, n .º 697, entre a Avenida Pedro Miranda e a Rua Marquês de Herval, no bairro da Pedreira, e, após sua morte, pas· sou a ser a sede da Federação dos cultos afro-brasilei– ros do Pará. Fica situado nos fundos da casa de habitação, sen– do a. construção de alvenaria. Foi reinaugurado a 12 de junho de 1963 . Uma legenda em tinta vermelha, na Sala das Fes· tas, dizia: TERREIRO NAGô e logo abai~o, esta outra: FÉ EM DEUS. (Esta legenda foi apagada quando o ter– reiro passou à Federação) . Na realidade, porém, ele pode ser enquadrado na 7a. classificação de Artur Ramos. Manoel Colaço era um homem de meia idade, par– do, cabelos crespos, magro e dançava com agilidade . Era natural do Maranhão . Seu candomblé foi aberto por Raimundo Silva, que também abriu outros tambores em Belém . É todo pintado de branco, possuindo meia parede de alvenaria na frente e nos lados, para os assistentes. -35-
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