Batuques de Belém
CERIMõNIA FESTIVA DE JOSE TUPINAMBA Antes do início da festa , às primeiras horas da nol· te, o pai-de-terreiro manda duas filhas-de-santo despa– char Exú, para que êle encaminhe os pedidos que são feitos aos orixás, por seu intermédio. No candomblé de Raimundo Silva o despacho de Exú é constituído de azeite-de-dendê e pipocas, que são lançados nas encruzilhadas próximas ao terreiro, jus– tamente nos cruzamentos da rua Humaitá com a Ave nida Pedro Miranda e com a Rua Antonio Everdosa. Êxu, contente por receber as comidas de que go~– ta, afasta-se do batuque e não baixa nem cria caso du– rante a festa. No batuque de Raimundo Silva êle só baixou uma vez, através de um marinheiro de nome Veludo, fazen– do um escarcéu medonho . Isso foi há muitos anos, po– rém daí para cá nunca mais o homem das encruzilha– das apareceu nesse terreiro. Logo no começo da cerimônia festiva o pai-de-santo e as filhas-de- santo, após ingressarem na Sala da2 Festas cumprimentam a orquestra, com uma curvatura de tronco, tocando o chão com a mão direita, sendo saudados pelos seus componentes com um repenicadc.,. O babalorixá pronuncia umas palavras de sauda· ção aos santos protetores do terreiro, a que respondem os atabaques e xecos-xecos com uma marcha batid::,. Em seguida o pai-de-santo entoa um cântico que é repetido pelas filhas-de-santo, em côro . ' Forma-se então a roda, e, dançando no rítmo e n::t coreografia própria, são entoadas várias cançõe!;. CANÇõES DA CERIMONIA . Os cânticos ouvidos nos batuques são dirigido~ aos orixás, a fim de chamá-los, evocá-los para o terrei· ro através dos cavalos, nos quais descem. São canções simples, porém dotadas de certa bele– za, e as letras falam nos mitos e na história das divln• dades. RITUAL Uma assistente veste em Raimundo· Silva um dol· mã de côr amarelo-mostarda, com a inscrição REI SEBASTIÃO na chapa do bolso e coloca em sua cabe· ca um gorro da mesma cór e colares de contas bran– éas, azuis e vermelhas, em seu pescoço . - 24- ;
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