Batuques de Belém

expirar, foi homenageada com um toque de tambor em surdina. 6 - PROFESSOR SARAIVA - babalorixá que tra– balhava na linha negra. Trajava-se com apuro e seu terreiro ficava na Marquês de Herval, entre 2a. e 3a . ruas da Pedreira. 7 - MANOEL COLAÇO - pai-de-santo muito conhecido, era dono de um batuque na Itororó . Dedi– cava-se a t rabalhos da linha negra e morreu no Rio de Janeiro, de doença do coração. Quando viajou para a antiga Capit al Federal, deixou o terreiro entregue a seus irmãos e filhas-de-santo. 8 - BENVINDO - Este pai-de-terreiro, homem de côr, era continuo do Palácio do Governo do Pará, com ba tuque ins talado na Marquês de Herval, canto da Dr . Freitas . Festejava Santo Antonio e faleceu na penúria, sem roupa para enterrar-se. A INFLUÊNCIA DOS BATUQUES NOS MEIOS SOCIAIS E NA LITERATURA O Professor Waldemar Valente, no prefácio de sua obr a intitulada "Sincretismo Religioso Afro-Brasileiro" , fala-nos, do mêào e da curiosidade que os xangôs de Recife lhe desper tavam, quando menino e mesmo "até quase homem feito" I sso aconteceu ~ acontece a muita gente . Nós mesmos quando crianca talvez levados nelas histórias que ouvíamos sobre o -b~tuque da Mãe ioana - famo– so candomblé de Manaus - sentíamos verdadeiro pa– vor dêsse culto, e era com o coração aos pu los que pas– sávamos perto de uma negra velha, que podia ser mãe– de-santo, procurando até disfarçar o ner vosismo que nos dominava, com receio que a fisionomia nos traisse, e nos levasse ela para o seu ter r eiro De uma parenta ouvimos a his tó~ia de uns rapazes que foram parar dentro de um batuque, como que mag– netizados , e ficaram a bater nos atabaques a noite toda e mais um dia inteiro, só por que , ao passarem pelo -10-

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