Batuques de Belém
más Maroja, Augusto Meira, Nunes Pereira e Paulo Eleutério Filho) compareceu ao palácio do governo e entreo-ou ao ent ão interventor federal, Dr . José Mal cher ºum memorial solicitando o restabelecimento dos cult~s afro-brasileiros, então proibidos pela polícia. O interventor prometeu ler o documento e resolver o ar· razoado, nada fazendo, entretanto, possivelmente re– ceioso das sanções intolerantes do eleitorado católico ortodoxo . Argumentavam os intelectuais paraenses que 0 caráter dos batuques ainda era religioso, com os ri tos e os fundamentos místicos de uma religião primitl va, já em contacto com uma religião superior, como o catolicismo. Não se tratava apenas da liberdade dm, cultos, mas da contribuição desses terreiros mesmo com seu caráter profano, aos estudos sociais' brasilei– ros. Em março de 1948 um dos signatários desse docu– mento, o Dr . Paulo Eleutério Filho, assumiu a chefia de polícia e foi então procurado por alguns pais-de-ter· .rei-ro para obter livres garantias ao exercício de seus cultos. For am atendidos (Of. O Problema da liberdade de culto, car ta do Sr . Paulo Eleutério Filho ex-chefe de polícia do Pará ao Prof . Nunes Pereira. 'datada de 14 de março de 1950 e publicada na íntegr~ em Quilombo, Rio de Janeiro, 2 (10) :4, 11 , jun/ jul . 1950)_". ORDEM CRONOLúGICA DOS BATUQUES DE BELÉM Segundo Raimundo Silva, foram os seguintes os ba– tuques de Belém , cronograficamente falando : 1. 0 ) Da CELESTINA, preta maranhense, locallza.- do na Pedreira, na Vileta . 2.<-J Do LEODORO, no Marco . 3.º ) Do CRISPIM, preto maranhense . 4.º) De MARIA GUIMARÃES, no Igarapé do Una . 5.° ) De RAIMUNDO SILVA, na Pedreira . 6.°) Da SEBINA . 7.°) Da .JOANA BAIANA, nus fins da Av. Serze dele Corrêa. 8.°) Da MARIA AGUIAR, na lc, . de Dezembrü, no bairro do Marco. 9 .º) Do RAMOS. . 10.°) Do RAMIRO . 11.º) Do MANEZINHO, na Rua Conceição, bairro do .Jurunas e que pode ser considerado can– domblé de caboclo. -6-
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