As Duas Américas segunda edição ampliada da obra O Descobrimento do Brazil que o auctor publicou em 1896 no Pará. Em homenagem ao quarto centenário do descobrimento do Brazil Candido Costa; illustrações Antonio Ramalho

C,\ KDIDO COSTA occasiao solenne , servia de templo augusto, firmando- e alli o catho– li cisrno , que mais tarde d e-v ia ser fr ondosa arvore. sob cuja ombra abri ga r-se-hi a um grande povo (i l . T erminado o acto diYino, embarcam todos no batei percorrendo o porto, com a bandeira desfraldada , vendo-se na currn da praia os indi crenas que continuavam a <lansai· ao som de seus rud e. inst ru - o ' mentos . Em seguida ao repasto Cabral convoca os capitães da frota: afim de deliberarem sobre a convenienci a de se mandar a P ortuga l urn nav io, que levasse a D. Manoel a nova do descobrimento da te rra de T 'era Cru,, sendo escolhido para esse encargo Gaspar de L emos, commandante do navio de mantimentos; e os demais navios pro egui– riam a sua de rrota para as Indias . Ficou assentado em conselho dei– xarem-se dois degredados, afim de aprenderem a ling1:,1a do país. No intuito de examinarem a terra e o rio, tomaram os bateis as pessoas designadas para esse fi m; mandando Cabral de novo o de gredado Affonso Ribeiro que regressou á tarde. por não o quererem os selvagens. Era quasi noite quando voltaram as embarcações expl o– r adoras , não tendo os P ortugueses encontrado da parte dos naturaes do país a menor opposição- no reconhecimento que fize ram. Volta ram á terra no di a 27, segunda feira , para fa zer aguada , e encontram alguns indigena s desarmados , com quem fo lgam na ma ior confia nça . Cerca de trinta P ortugueses em companhi a dell es vão a um sitio, onde se achavam di versas mulhere s e moças indígenas em compl eta nudez ; e alli trocam os objectos qu e conduziam por enfeites e armas que lhes davam. Cabral ordena que Affonso Ribeiro e mais dois degredados, bem assim o fo lgazão Diogo Dias , os acompanhem e durmam ent re ell e. . E assim se fe z ; porém, ao escurecer, os índios os fazem voltar para as naus, depois de te-los tratado com ami zade , dando-lhes ainda uma vez diversos objectos de seu uso. «Derriba-se nesse dia a arvo re-, cujo tronco deve ser transfo rmado em cruz , primeiro marco que a civilização européa pl ant á em nossas plagas» , ass im diz o Sr . J. de Vasconcellos. Na terça feira os P ortugueses refazem-se de lenha e agua e lavarn (') O distincto 51'. Eduardo C:arigé, nuctor da Chorographia Ba/ria11a, cm artigo insert o na Reviola do Jnst. Geogr. e Hist. da Bahia, d~ março de 18gS, contesta com fund amento historico o quadro de Victor Mcirelles, sobre este assump10, e diz que cllc se refere â segnnda missa no Brazil. •

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