As Duas Américas segunda edição ampliada da obra O Descobrimento do Brazil que o auctor publicou em 1896 no Pará. Em homenagem ao quarto centenário do descobrimento do Brazil Candido Costa; illustrações Antonio Ramalho

de do ses vian.1.-se outros na praia que pareciam admirados da pre ença extraordinario ho pede . Os dois indígenas foram apresentado por Affonso Lopes a Cabral, umas dez milha s mais ao norte , encontrariam o de anta Cruz: mas tambem abemos que antes de la che• garem os navios, que , como vimos, iam na,·egando junto da costa, teriam encontrado a grande esteira dos recifes de coral, Banco de Fora, ororocn, lt assepnnama, etc., que ahi se estendem pelo mar fora por u~n– tres milhas, nos quaes recifes apenas por milagre náo ha,·eria algum naufragado. (E. Mouchez - Les Cotes du Bresil, 2.• ed., pag. g6. Hydro ~raphiefra11caise . ~o"q.) Ora náo só nenhum naufragio se deu , ~ as nem sequer ha noticia de nenhuns receios delle , pois, se t ivessem occorrido alguns, nfo deixaria i so de haYer sido relatado por Yaz de Caminha. Assim não tem.os duvida de acreditar que o Porto-Seguro de Cabral foi o proprio que hoje le\"a este nome , e náo a concha o u angra dita de anta Cruz, conceituada de Bahia Cabralia , nem túo pouco o rio de Santa Cru~, •_ot~de está a villa deste nomeu, couforme julgou Gabriel oares, escre,·endo de memoria, e sem ter u nstn ° documento, que hoje possui mos; e, por conseguinte, cremos tambem que o «ilhéo grande, que na bahia ~stá, que de baixa-mar fica mui vazio. porém é de todas as partes cercado d"agua, que núo pode ninguem ir a ellc sem barco ou a nade.», no qual Cabral primeiro desembarcou e onde fez dizer ::i primeira missa, seria 0 proprio recife-il hco de Porto-Seguro, e de nenhum modo a Coroa Vermelha, na mencionad::i angra ou <!nseada de Santa Cruz, que especialmente junto á Coroa Vermelha niío é porto manso , mas sim costa, mais ou meno~ brava. Diz, é ,·crdade, Caminha que encontraram o tal porto , em que entraram, «sendo pela co ta obra de <lez leguas• d'onde se haviam levantado; e pro,·avelment e seria esta a princip::il indicação que levaria A 'res de Casal a buscar, em Santa Cruz, urna paragem mais longínqua. l\!as o proprio porto de anta Cruz dis13 • em linha rect a. do rio do Frade menos de Yinte e cinco milhas, e por conseguinte bastan te menos de dez leguas, que então se contavam de quatro milhas ou quinze ao grúo, pelo que devemos suppor haver o mesmo Caminha, que aliüs não era piloto, computado ::i d istancia pelo tempo deco rrido, náo dando todo o ::ibati– rncnto ao espaço perdido na s sin1sraduras , especialmente se o Yento oprasse do norte , como parece nrni~ que proYavel, YÍsto que, para ,·encer a di stancia , os na,·ios navega,·arn desde :is oito da manhã até quasi o ~oi posto. Admittidas estas interpretações, unicas que , desde que vi sitámos o local, temos por possi,·eis, modifi– -cando cm conformidade dei las algum'!s proposições, que consignámos ai nda na segunda edição da Historia Gei·al, tudo se explica e se entende perfeitamen te na carta de Caminha.11 - O general Henrique de Beaurepaire Rohan diz que a armada de Cabral ancorara naquella parte da bahia de Santa· Cruz, a que hoje chamam da Coroa Vermelha. (Revista do Instituto Historico Brazileiro, ele 18So. 2. n parte.) - Denominou -a Bahia Cabra/ia o padre l\lanoel Ay res de Casal e diz : «onde fundeou a armada de Pedro .\ lvarez Cabral , quatro leguas ao norte de Porto-Seguro , e uma ao sul de anta Cruz, e o unico porto da província onde podem surgir navios grandes». Pizarro, visconde de Cairu, Mouchcz e Roberto Southey assim a chamam. -Em sua Cltoror;raphia e Historia do Bra ,il, 0 Sr. Antonio Al exandre Borges dos Reis diz que -Santa Cruz, á foz do rio Tibas, fi ca proximo do logar onde desembarcou Cabr:il. - Este Porto-, cguro, onde fundearam os na,·ios de Cabral, não é o que tem hoje semelhante nome. O primitivo está duas legoas mais ao norte do que assim se chama actulflmente, conforme escre\'eram Pero ·Gandavo , em 1576, e outros, e hoje é conhecido por Enseada da Coroa Verm elha ou Po1·to de Santa Cru;, e que Ayres de Casal mudou para Bahia Cabra/ia. (Revista do Instituto Geographico e Historico da 13ahia, de dezembro de 1894.) -Rocha Pittn: «Nella surgi ndo as nau s, pa~ou o general áquell a ribeira a segurança que ach::ira, depois de tão eviden tes perigos, com lhe chamar Porto-Seguro e :i terra Santa Cruz.11 H i'st. da America Portug uesa. -Annibal Mascarenhas, reproduzindo as expressões de Roberto Southey, escrc,·e : Gonçalo Coelho seguiu para o norte em demanda de porto, o que con seguiu depois de transpostas crca de dez le{Juas. porto esse que Cabral appe llidou Seguro, nome que erradamente foi transferi do para outro logar, quatro leguas ao ui , chamando-se actualmente Cabralr"a o porto onde ancorou Cab ral. - O Dr. João Mari~ da Gurna Berquó diz que foi pro,·a,·elrncnte pela cntr;ida mais meridional, for• mada pelo baixio da Coroa Vermelha e pelo recife do mesmo nome, que penetrou a esquadra exploradora; .ancorando no pequeno porto formado pelo mesmo recife e n costa, que offerece de seis a sete merros de fundo.

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