ARAUJO, Heraclides Cesar de Souza. A Lepra: modernos estudos sobre o seu tratamento e prophilaxia. Belém, PA: Typ. do Instituto Lauro Sodré, 1923. 102 p.
- 78- :- como aconselha Ambrosio Paré «le plus douceme11t et aima– blement qu'il sera possible, ayant 111émoire qu'ils sont semblables à naus... » Os leprosos indigentes serão internados nas !eprosarias maritimas, onde terão a sua casa e terreno bastante para as suas plantações. Além disso, o governo fará todas as despezas da sua ma– nutenção e lhes dará apoio moral e assistencia medica. Nas leprosarias os leprosos validos trabalharão, uns na agricultura, outros servirão de enfermeiros, jardinei ros, etc., e as mulhe– res validas farão o serviço de cozinha e lavarão as roupas de cama e de uso de tdos os leprosos. Felizmente a classe dos leprosos invalidos deve ser insig:!ificante, no Paraná. De de– zenas de doentes que vimos e examiná.11os, nunca encontrá– mos nenhum leproso totalmente inva lido, cégo ou mutilado: sem mãos ~ sem pés como os ba em grande numero, no Hos– pital dos Lazaros do Rio. Essa é a pro\·a mais cabal de que a lepra existe ba pouco tempo no Paraná e um:1 gra::de vantagem para o regirnen que vamos adoptar, de colon ias agricoL:ts, podendo contar com a producção de quasi todo.~ os doentes a internar-se. Pratica– mente não teremos lep:·osos invalidos. E assim, contanJo com a pequena fonte de producção que será cada leproso isolado, a prophylaxia se fará com uma despeza re lativan:ente pequena e da maneira mais efficaz possível. Temos a considera:· ago ra os leprosos dotados de recur– sos; estes se poderão isolar a domicilio, sujcitaudo-se ás pre– scripções sani uriJs, ou nas JHO?rias leprosarias m:Fitimas ou terrestres, onde o governo lhes dari terreno e lhes permittirá construcção de chalets proprios, em zonas independentes da comrnunidade dos leprosos ind igentes, 1ns quaes elles pode– rão viver em ple na liberdade, com todo o conforto que as suas posses 1 hes perrn itti rc rr.. 1 Aos leprosos ricos o governo perrn itti ;á tarnbern a ..:on– strucção de pequenos sanatorios indt \·id uaes, ou p::q uenas vi llas para as familias inteiras de leprosos, comtanto que sejam iso– lados das agglomerações, em qualquer p.ute do Estado, Ónde po::;sam ser visitados pelo medico de hygiene, no minimo, tri– mestralmente >). Infelizme1;te a situação do Estado do Patá é mais grave que a do P.lra □ á . Aqui o numero de leprosos é muito maior que lá, assim o numero de doentes invalidos 1 cujo estado physico reclama medidas de assistencia muito mais amplas que os validos, classifical'ldo-se neste grupo todos os leprosos em primeiro periodo da doença, com a integridade de todos os seus orgãos. Não obstante essa grave situ;:i.ção, os resultados praticas
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0