ARAUJO, Heraclides Cesar de Souza. A Lepra: modernos estudos sobre o seu tratamento e prophilaxia. Belém, PA: Typ. do Instituto Lauro Sodré, 1923. 102 p.

?o bu ambos os conjuges são atacados de lepra. A estat1st1ca de Barbezieux, feita no leprosaria de Té-Truong, no Tonkin, en:i I 72 casaes, dá mais ou menos a mesma porcentagem de ca– saes estereis, em geral, e quando ;imbos os conjuges são le • prosos essa esterilidade fÓbe a 48 por cento. E' ainda mais · interessante a estatistica de Mac Coy, feita de 1900 a 1912 nas ilhas de Hawaii, com referencia á natalidade. O total de leprosos registrados foi de 11.509, e o total de nascimentos ne.,ses 13 annos, de 21 3, dando como coefficiente total da natalid1de 19,26 por 1.000. Este coefficiente baixou a 17,39 por 1 .ooo par;i m· casaes em que ambos os conjuges eram le– prosos. Nos casos em que só a mãe era leprosa esse coeffici– ente subiu a 47,48 por mil, para baixar a 16 por mil quando o pae era lep1oso e a mãe sadia ! ! Por este resultado póde-se concluir que a natalidade en– tre os leprosos baixa consideravelmente pela reducção material de fertilidade do macho . Isto se explica pela azoosperrnia commum nos casos ade– antados de lepra tuberculosa. Marrow diz que a lepra, especi– almente a fórma tuberculosa, exerce poderosa influencia inhi– bitoria sobre a procreação. Scheube, o grande dermatologista germano, ve rificou qt,e a funcção sexual é muito cedo dimi– nuida ou exti neta, entre os lepro:,os. Pela estatis:ica de Mac Coy, já citada, vê-se que a fertili– dade da mãe leprosa é pouco diminuida, o que prova tambem a impossibilidade de penetração do bacillo de Hansen na pla– centa . A -ovarite leprosa é a caus:i da esterilidade feminina, nestes casos, e a masculina pelas lesões testiculares, de regra orcbiepididyrnite duµla . Alguns auctorcs attribuem a esterili– dade no~ leprosos a uma especie de intoxicação nervosa produ– zida pelo bacillo de Hansen, o qm: não parece provavel. Pra– ticamente importa-nos saber si a lep•·a produz ou não esterili• dade, e isto está provado. A mortalidade dos filhos de leprosos, na primeira infan– cia, é, segundo Barbezieux, de 80 % e mais, entre a edade de um a doze mezes. Morrem principalmente de affecções gastro-intestinaes e de. cacbexia. Para evitar não só este triste desfecho, como tambem o contagio familiar e contrariar a terrivel predisposição do mal, em todos os paizes ciYilizados ou nas suas colonias, scpar:1m– se as crianças, filhas de paes leprosos, logo após o seu nascimento. Alibert aconstlha além da separação, que se dê, a essas infelizes creanças, amas sadías e robustas e que se lhes faca mudar de ar e de clima. Modernamente não se admitte q~e uma creança filha de leprosa seja amarn mentada por uma

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