ARAUJO, Heraclides Cesar de Souza. A Lepra: modernos estudos sobre o seu tratamento e prophilaxia. Belém, PA: Typ. do Instituto Lauro Sodré, 1923. 102 p.

- 67 - Admittimos com Stocker, Falcão e outros, que a mucosa nasal possa servir de principal porta de entrada ao bacillo leproso! . Os bacillos são t:imbem eliminados pela saliva, quan,Jo o do– ente tosse ou falla ! Um leproso examinado r,or Schaeffer pro– jecta\'a a r metro e meio um nur,1ero de bacillos variando entre 40.000 a 185.000, em ro minutos. Entre 3 a r 5 % dos leprosos encontra,11-se tan1bern os bacillos no escarto, suor, lagrimas, urinas e tezes. Como se \'ê innumeras são as opportunidades de contagio dada essa rique· z,1 de bacillos, e no em:anto a di~seminação da doença não está na rne~rna prupe,rção. E' provavel que pane desses bacil– los estejam mortos ou em \'ia de degenerescencia, tendo per– dido a su~ virulcncia. Ao certo não sabemos se os bacillos eliminados pebs secreções e excreções são vivos ou mortos, Yirulentos ou avirulentos, pois até hoje não se conseguiu cul– tivai-os no labo;-atorio. Doentes ha que trazem os bacillos leprosos encvstados em pontos inaccessi veis eia mucosa dos cornetas ou nos· ganglios. Doutro lado, a lepra póde existir e:n estado latente duran– te 5, ro, r 5, 20 e até 30 anuos ! Marchoux supp5e existirem indivíduos com a lepra inde– finidamente latent~, Lâo deixando de ser comtudo urna séria fonte de contagio. Sobre este ponto lemos a tempos um artigo interessante sobre um individuo port 1 dor de bacillos e sem lesões apparentes e que não tendo transmittido a sua doença á sua mulher e fi. lhos, transmittira entretanto aos seus netos! Não ha aqui he– reditaritdade do mal, mas puro contagio em condições espe· ciaes não des\·endadas . Por isso diz a cornmissão da lepra da Academia de Medi– cina de Paris (r914): «La ro11tagion de la lepre est minime quand il n'y a pas cohabitation, contact intime et proliingé, quai1d sont pris les soins ele111e11taires de propreté i11d.',viduclle et générale. » J. Penna considera o grand..: augmento da lepra na Argen– tina devido á grande liberdade que tb~ os ltprosos de viajar por todo o paiz, espalhando o gerrnen do mal. O mesmo póde-se dizer com referencia ao Brasil, onde a lei de regulamentação Ja lepra ainda não está em execução por toda parte. * * * Modernamente, pensd·se na importancia dos insectos como yectores dos bacillos da lepra. Uns querem que sejam os piolhos, pulgas, carrJpatos, per • cevejos, a m'osca... e outros, os mosquitos . O dr. Gouriwitz em sua these de Paris ( r9 r6) diz: «en ce qui concerne la lepre, la pu-

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