ARAUJO, Heraclides Cesar de Souza. A Lepra: modernos estudos sobre o seu tratamento e prophilaxia. Belém, PA: Typ. do Instituto Lauro Sodré, 1923. 102 p.
- 66 - Montoya e Florez negam a existencia da lepra na America an– tes da sua descoberta. Interessantf o modo por que se propagou a lepra na Nova· Caledonia. Vauray ( 1883), Brassac ( 1884), Forné (: 888), Legrand (1891), Aucbé (1899), Primet (1902), Anhclan (r91r), Net– ter e outros (1914), dernonstrara:n ser a lepra de imi)Ortação recente nessa ;egião. Adrnittcm com Grall que essa doença foi lá introduzida em 1860-65 por um chinez leproso que com– merciava no valle Diahot. Dez annos depois a doença tinha se extendido á totalidade das tribus do 5. 0 districto, variando o numero dP. individuos atacados de 25 % a 50 % da popu– bção. Poucos annos depois era impos,ivel conhecer o nume– ro de victi;;;as da lepra entre a população canaca. Foi em 1888 que se observou o primeiro colono europeu at:icafo de lepra na Nova-Caledo1~ia. Em 1891 h:ivia já 4 ca– sos; 35 em 1894earespeitavelsommade 132em 1898! De 1898 a 19 10 foram -verificados mais 29 r casos novos entre os europe!.!s. Entre os indigenas era então colossal o numero de leprosos . Blanquier ( r914), estudando a lepra na Africa (Touba, Côte d'Ivoirc-), achou a molestia espalhada sem ordem appa– reote; viu que em crrtas villas, as mais antigamente contami– nadas, o fóco leproso era consideravel e tendia a absorver o resto da população. Desde que o fóco attingia certa irnportan· eia, a contamin~,ção era rapida. O auctor considera a progressão dos casos de lepra como sendo de ordem geometrica. A contaminação de crrtas regiões não leprosas se estabelecerá pelas allianças com as regiões con– taminadas, pelo contacto e pelo casamento. Blanquier acha que o contagio se faz sobretudo pela mãe contaminando ao 5lho, q,Jer in utero, quando as alterações placentares o permittirem, quer no decorrer da 1 .ª infancia. Considera a sarna como o 2. 0 modo de contagio, assim como as tatuagens obtidas por simples . e~carificações da pelle. O auctor Yerificou lesões leprosas tendo por centro as ditas escarificações. Como meio de contagio considera tambem o coito praticado com mulher leprosa, e a ir:fecção possivel pela mucosa-nasal. O bacillo de Hansen existe em grande abundancia nas lesões nerrnsas, n:is suppurações e superficies ulceradas dos lepromas, sua presença é tarnberr constante nas escamas epidermica:; (Klingmüller), nas maculas (Darier), nas glandulas sebaceas (Touton, Borrei, Delbanco) . Parece entre– tanto ser a mucosa nasal a principal via de eliminação do ba– cillo. Essa pesguiza é positiva em cerca de 90 % dos casos de lepra tuberculosa e rnixta e 60% na lepra n~rvosa.
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