ARAUJO, Heraclides Cesar de Souza. A Lepra: modernos estudos sobre o seu tratamento e prophilaxia. Belém, PA: Typ. do Instituto Lauro Sodré, 1923. 102 p.

- • .. -7- incubação é quasi sempre superior a tres aonos, podendo attingir a algumas dezenas. Danielssen, o grande leprologo norueguez, cita um caso de lepra cuja incubação durou 10 annos; Henri Léloir, no seu importante «Traité de la Lcpre)), cita outro caso de 14; Ho~gh um de 27, registrando a litteratura medica casos de lepra cuja incubação foi de 32 annos ! Este período de incubação varia com a receptividade dos indivíduos e com a virulencia do microbio . Ha individuos tão refractarios á doença que, frequentando um fóco de lepra, ahi se infectam, tornam se portadores do bacillo de Hansen, sem nunca apresentarem symptomas clinicas do mal; não ficam leprosos ! Estes portadores do bacillo de Hansen não são leprosos mas transmittem a lepra. Por isso mcs 1 no a moderna prophy– laxia aconselha vigil.rncia sevér:1 com as pessôas que convi– vem ou conviveram com leprosos. Com referencia ás infecções do grupo wli-typhico são cornmur,s servirem de fonte de contagio os clnmados porta– dores de bacillos, ora in dividuos que j1 tiveram a ll()ença, or;1 individuos refractarios a ella, mas vectores te'.11porarios ou perpetuos daquelles rnicrobios. Com a lepra tem se observado factos aind.'t mais interes– santes; filhos de leprosos, ,1pparentando sempre bôa saúde, vão transmittir a lepra aos seus descendentes, nascidos após a morte dos a\·Ós lazarentos. Em moderna patbologia só se explica este facto pelo contagio dos chamados rortacores de germens. Nos paizes ou éidades onde a lepra penetrou a pouco tempo, encontrando a população complet:1rnente receptivel, verificam-se m\litos casos de incubação de alguns rnezes . De regra estes são mais g r:wes e termi:iam pela morte., em pouco tempo relativamente ao que é habitual. Nos fócos antigos encontram-se muitas pessô.1s imrnunes ou refractarias. A imrnuuidJde n1tural se verifica em todas as infeccões e por isso não é para extranh;;r-se \·ermos individuos con.viven– do a vida inteira com leprosos sem adquirirem o mal. . Infe– lizmente são raros estes privilegiados... Este capitulo é muito interessante e suggere uma sene de argume ntos. que a angustia de espaço não me permitte. e) ProdroillOS. -As primeiras manifestações da lepra são variaveis de séde e de symptornas, estando naturalmente em relação com a porta de entr1da do terrivel microbio . E' commum ouvir-se ,fo doente, e sobretudo quando se trata da nossa gente do interior, a informação de que o seu mal começou por um amortecimento, os C<esquecimentos>i de certas

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