ARAUJO, Heraclides Cesar de Souza. A Lepra: modernos estudos sobre o seu tratamento e prophilaxia. Belém, PA: Typ. do Instituto Lauro Sodré, 1923. 102 p.

·- • I .. 5 <listincta dos períodos não se dá, isto é, elles passani desaperce· bidos. A) Infecção primaria; b) Período de incubação; c) Pro– dromos; d) Exanthema ;:irimitivo ou período das manchas; e) Formação dos leprornas e nodules nervoc:os; f) Phascs do pe– ríodo terci:1rio: ulcerações, paraly~ias, cegueira e lesões tropho– neuroticasi que são de regra a terminação. A infecção primiliva passa quasi sempre dcsapercebi<la ao leproso. Raro é o que sabe informar como adquiriu o mal,– se teve um_ parente, um amigo, um criado ·leproso, etc., com quem conviveu . A grande disseminação d,1 lepra nos paizes novos, que a importaram dos velhos fócos endemicos, prova a enorme con– tagiosidade do mal. Sabe-se, porém, que o contagio só se dá após um c01wivio longo e intimo com o doente. Desgraçado do nosso povo se a lepra tivesse a contagiosidade da varíola ou do sarampo. AbstrahinJo-se o contagio directo de individuo a indivi– duo, a acqusição do mal po( transmissão culicidiana deve exi– gir tambern urna co1wivc11cia mais ou menos intima com o le– proso, µorque nem se~,pre elle tem febre, e :ilém disso o ba– cillo não dere multiplicar-se no organismo do mosquito, e este tem Yida curta. Assim mesmo, com todas essas difficul– dades d,; acqu isição da doença de Lazaro, vae ella se espa1han– do assustadoramente neste Estado, segundo informações de medicos que aqui sempre vi\·eram. Acho, comtudo, brutal 0 mente cxaggerada a informação publicada ha poucos dias por um jornal mzitutino desta capital, de que cada casa de Belem tem um leproso! Nessas condições de\·eria ter esta capital cerca de 25 .oo') loprosos o que seria a maior das calamidades que poderia sof– frer este grande e importante Estado. Mesmo incluindo os 280 leprosos isolados na c:olonia do Tocunduba, duvido que Be– lem tenha 800 ! Ma:s que isso, que já representa 6 leprosos por mil habitan tes, seria rnoti\'O de urgentes medidas prophy– lacticas sem se olhar a sa.crifidos ! Felizmen:e a situação não é tão negra como pintam e te· nho esperanças de vêr dominado o flagello logo quç os gover• nos da Uniào e elo Estado decidam manda!." executar as obras do programrna da Prophylaxia Rural. Voltando ao periodo primario de infecção da lepra, repito o que outros pesquizadores mais abalizados têm affirmado: é diflicilin.:o saber-se a porta por ond-: penetrou o bacillo em qualquer leproso. Sabemos apenas que as portas de entradas são muitas, assim como as fontes de eliminação do bacillo num leproso adiantado. Suppõe-se ser a mucosa nasal a porta ..

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0