Penna, D. S. Ferreira. A ilha de Marajó: relatório apresentado ao Exm° Snr. Dr. Francisco Maria Corrêa de Sá e Benevides. Pará: Typographia do Diário do Gram Pará, 1875. 81 p.

A ILHA DE MARAJÓ. 55 e Tocantins, ou somente e;te ult"mo, havia abertll o grande canal que h1je se ühsetva entre aqu ·lia cost r e a do Pará. Esta iden– tidade de tcrrPnos que se observa entre os d1 costa S. da ilha e -os das Salinas já não exi te entre os d'aquella costa e os da do N. da me5ma ilh1, que são de aluvião muib mais ietentes e tudo in– d1c1 qu~ em outros tempo, exi,;tir.i um grande can !l entre e-tas . duas parte5 da ilha, h·1je occupada pelos m,miong 1s, Cururú, Tar– tarugas e baixos que se esten lem ao S. até o Lag/) Gr,mde do !rai'Y da m!sma m1n ·i ·a poi q·ie hoje se encontra o canal entre a ·Mexia– n:i e Cavi:ma e t 1ntos outros do delt 1do AmazoJas, qu i muitas vezes se veem oh ;trui Jos e reduzido!! a campinas dentro de poucos annJs, cJmo succedeo ao que ain<la ha pouco separava em duas a . ultima da, referi ia, ili-ia~; ob;trui•lo, como tudo nos in lica que fôra, est'! gra :1de cm d do Marajó, diffi ;eis se tornaram os escoamentos de tantos e ti1m b 1ixos terrenos que f;hi se formaram e !.-em asfiru o d'aquelles qu·! de N. e S. da, mesmas ~ 1ixas f..iz iam seus escoa– m~nto~ pelo etilo canal; .,os muito, cuidados dos fazendeiros que em t~mpo de grande abundanja de caval 'os de Marajó con~taotemente ahi trab ,tlhavam g.1do, para não perJrr a mais pe ~uena opportu– nidade de qu•imar a e3pessa vegetação de capim e outrns planhs, se devia então princip1lment~ nã i só á limpesa e aproveitamento d'estas gra1ides extençõ ·s, como tambem a f 1riJ evaporação das agu1s pela acçã) directa do sol; poi, que então todas as que ahi se dirigiam, antes mesmo de alcançar o Tart'-trugJs e outros esgo– t'ls menos faceis, já tinham d~sapparecid,) peia evaporação, evi– tando por est1 forma que as chuvas de um primeiro a ;u ,ceiro ac– ~urnu'assem toda a su I m1srn com as do, successivos outl'os, pelo • modo por que hoje se vê ter lugar, privadas como estão dJ acção direch do sol pe1as grandes accumulações de veg·taes que alem d'isso embaraçam o movimento das aguas na direrção dos me3mos esgotos que de dia a dia se vão o')struindo mais. _ • A' diminu;ção dos cavalllls succedeu pois c}mo con,equencia necessaria o ah rndono total de muita, f ,zendas de criação da beira do mondongo, taes como o das da Gr,1ça, Soccorro e outras, e a quasi impossibilida<le de irem ahi os fJs endeirvs mais distantes trab1lhar os gados d'aqui,lles lugares, como em tempos antig s se fazia, prin~ipalmente J?Cla gente das f:sendas nacionaes; e os cam– pos, assim largados, Já nem mesmo servem para ·cria~ão de gado bravo, que. como tenho examinado, se tem extingui lo quasi nestes lugares. E' sem duvidi mui o para s~ntir lambem q'ue devendo se prmcipalmente á falta d~ cavallo, esfe ab'rndono de um:1 tão impor– tante parte de Marajó, tenha este abandono influido tão perniciosa– mente em lugares da mesma ilha, mais ou menos distantes dos mon– ,dongos, que alagando-se todos os annos por mais abundantes e dura– douras aguas soffrem gi:aves prejuízos em suas criações principalmen– te na dos cavallos, cuja ep:demia, apresentando todos os indícios de '.Jlffiª paralysia mais ou menos gerai , deve forçosamente desenvolver-se e effectivamente se desenvolve tanto mais, quanto mai5 se alaga um terreno qualquer; a par de uma vegetação, tão abundante quanto per• niciosa onde a A.oinga ( Caladiurn ,irhorescens ) cada vez predomina mais, desenvolvem-se extr_aordinariament~ numeros1s especies de~

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