Penna, D. S. Ferreira. A ilha de Marajó: relatório apresentado ao Exm° Snr. Dr. Francisco Maria Corrêa de Sá e Benevides. Pará: Typographia do Diário do Gram Pará, 1875. 81 p.

34, A ILHA DE MÁRAJÓ. E' impossivel que um homem de bom senso e :iinigo do paiz olhe com indifferença para .estas cousas l Reflectindo-se· sobre esta estranha situação da vida industrial da provincia e. mais acuradamente sobre a degradação moral em que vai ca– hindo a passos rapidos a população dos ,seringaes que com– prehende hoje mais ou menos um terço e talyez a metade. do pessoal da provincia, não se póde deixar de lamentar o des– cuido com que se · tem olhado, ou se não tem olhado; para esse mal que cresce sempre e que affecta profundamente ao interesse de todas as classes da nossa sociedade. E111tadó religio1110. No oflicio q_ue dirigi ao governo em abril de 1874. e que foi publicado em um folheto sob o titulo-Noticía geral das comar– cas de Gurupá e Macapá, esbocei á traQOs ligeiros o estado miserando em que geralmente se acha a religião no interior da provincia. Oque então expendi é, em quasi tudo , applicavel á . maiór parte da l1ba de Marajó, onde as condições religiosas do ·povo nada tem de lisongeiras. · Para esta má situação em que vae cahindo o espirito pu– blico, a religião, a moral e a civilisação, é impossivel desco• ·nhecer crue tem poderosamente concorrido e tem sido uma das principaes causas o facto de se deixar vagas e em abandono tantas parochias, como o demonstrei na citada Noticia geml. E' certo que se tem procurado attenuar esse mal mandan– do-se reger provisoriamente algumas das parochias "\'agas; rrias ·sto mesmo se tem feito de modo que o sacerdote encarrega– do de reger.uma d' ellas, pouco depois é retirado ou removi– do para oótra, d'onde passa a uma 3.ªou~.ª parochia, aguis_a de militares em·.destacamentos. Não convirià, não seria mais util ao paiz, á igreja e á re..,_ ligião que, em vez d'esta recente pratica, se -procurasse a de estabilidade, provendo de parochos as igreja§ vagas e fixando ·definitiyamente cada um em sua parochia ? · Tanto isto parece de razão, quanto era·e sempre foi a pra– ·tica constantemente seguida, e pratíca utilissima porque d'el– ·la resultava que o parocbo assim fixado podia mais facilmen- · :ie:adquirir e ordinariamente adquiria a estima é consideraçãl) 'dos seus ))aroehíanos, ·ganhando muitas vezes, aquella ven.ê,. ·ra~o indisperisavel ao estado e ao caracter sâcerdotal e que... quando merecida, tanta honra faz'ao pa.rocbo como ao cidadã~ qué lh'a tributa. ·• . · Mas~ não .quero insistir n'estas cousas .e ainda. menos .elll;

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