Penna, D. S. Ferreira. A ilha de Marajó: relatório apresentado ao Exm° Snr. Dr. Francisco Maria Corrêa de Sá e Benevides. Pará: Typographia do Diário do Gram Pará, 1875. 81 p.
A ILHA DE l\lARAJÓ. 27 -mente povoada, foi o logar cread•) freguezia e constituidQ villa em 1865. · . . A agricultura v'ae, como succede geralmente, cahindo 1 em a~aodono, e quanto a industria, a excepção de uma, pequena e · nascente fabrica de louça grossa que pór emquanto pouco pro– duz, é a preparação da borracha que occupa os braços e as forças do povo. BoA-V1sTA. -Esta villa está sito.ada na Ilha de Santo An– tonio, pertencente ao estuario do Pracuuba, consta de uma fi– leira -de 18 casas geralmente pequenas e de uma igreja tambem pequena que serve de matriz, de construção ligeira e•por isso já em minas. · · O quartel e a caJiêa estão nos baixos de uma pequena casa mui pouco conveniente, em cujos altos funcciona a escola pri- m_aria de meninos .' . Esta escola estava sendo ·frequentada por 25 alumnos. Ado sexo femenino tem sido infructifera; a sua frequencia não ex- ce.dia de 5 meninas. . . - A villa éontem- 80 pf1ssoas e o seu município 4,014 . . O ê_stado sanitario tornou-se pessimo em 1872 pela invasão dai febres pal[!stres; hoje tem muito melhorado, podendo~se .considerar ex.ti11cta ~ epidemia, excepto . em alguns pontos do , rio Pracuuba, Os habitantes do districto do Pracuuba e Atatá, pertencen– te ao município de Muaná, desejando -ter um porto em que to– cassem os vapores e uma igreja, começaram de cominum in– teresse a construir casas e uma capella no terreno enxuto da Ilha de Santo Antonio. Feita a povoação promoveu-se assignaturas. para se ·pedir -a creação d'uma freguezia; o povo assignou e o logar foi crea– do freguezia em 1868 por lei provfocial n. 584, Então houve alguns que, sem dizerem porque ou com que fim, pediram a creação d'uma villa, e a villa foi creada: pela lei n. 707 de i 872. Mas esta pnvoação, que a borracha criou e que a lei. créou villa e freguezia, é múito pobl'& e vae, como a sua pequena ma– triz, cahindo em minas desde que os habitantes do .districto, reconhecendo que nada ganhavam com ella, dei!>aram de fre– qu~ntal~a e que alguns Qegociantes transportaram-se com seus generos para as ilhas vizinhas, onde estabeleceram suas casas e fei_torias, chama11do para ellas o commercio, os fabricantes de burracha e os vapore~ particulares. _ ·. Onome de Boa-Vista, dado á villa, é devido ·a um sitnples \ phenomeno de espelhagem ou nJ,irage, como dizem Françe~ zes. De longe e quanto mais de longe se avista a povoação, tanto mais _ella pa~ece.bella e até ornada de grandes edificios; Biblioteca .Prlblica ªArthur Viannà Sala Haroldo Maranhão
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