Penna, D. S. Ferreira. A ilha de Marajó: relatório apresentado ao Exm° Snr. Dr. Francisco Maria Corrêa de Sá e Benevides. Pará: Typographia do Diário do Gram Pará, 1875. 81 p.

"'. 26 A ILHA DE l.UARAJÓ. Cunhantan, onde recebem e -entregam cargas, com prejuiso c~rto do commercio da freguezia. . BnEvE~.--Villa da Costa S. O, de Marajó, situada a mar– gem-norte do Furo Paráuaú, com um bom numero de casas, al– gumas bem construidas e de bo:i apparencia; uma matriz ha P?U~o tem_po reconstruida; duas escolas p~imarias uma c_om 63 d1sc1pulos e o:utra que conta 12 menrnas; uma cadea que não é mais do que um velho casebre com grades de páo, qué lhe dá mais a apparencia d'uma ·gaiola do que cl'uma .prisão. A população, hoje muito dizimada pelas febres palustres, pouco excede de 400 pessoas. A qo município é de to:000 ha- bitantes, . Breves ha õO ou 60 annos era um logare.io em que. morava uma familia de índios d0mesticos; dous portuguezes irmãos que tinham o sobrenome de Breves, foram alli nego– ciar e se estabeleceram com uma pequena casa de commercio. O lagar augmentou-se pouco a pouco e ficou conhecido com o nome dos dous portuguezes. Em ,1sia foi creada fceguezia e logo depois teve o titulo de villa. Esta villa floresceu bastante até ,1870, graças a::> seu ex-· cellente porto e á sua situação vantajosa sobre o magnifico ca– nal do Pará_uaú, que tem sido o unico caminho livre e frc1nco para toda a sorte de navios e vapore3 que de Delem deman– dam as .aguas do Amazonas. O commercio, muito abatido pelos estragos da epidemia, é hoje muito fraco; a agricultura está em quasi t•>tal abandono, e,com excepção d'u!lla olaria de telhas, tijollos e louça ver– melha, a industria consiste no fabrico da borracha de que se exporta grande quantidade. · CunnALINHo.-Villa pjtuada.-sobre uma varzea na parte mais } austral da Ilha de Marajó e á margem esquerda do rio Pará, porto sufficiente para os vapores que alli fazem escala; boa ponte para movimento de cargas; e~tado sanitario actualmente satisfatorio. Apo-yoação compõe-se quasi sómente de uma longa fil~ira de casas de um unico pavim~nto, ·mas de boa apparencia e ac~ia- das, estendendo-se ao longo d'uma praia de areia, o que tudo · concorre para dar á villa um aspecto agradavel. A sua igreja matriz é uma das mais bellas do interior da província e a melhor que existe em toda a Ilha de Marajó. As duas escolas primarias da villa contavam uma frequen: da de 27 meninos e :14 meninas. Ha ·u ou rn annos Curralinho era ainda uma fazenda par- · J ticular; a· convite ou por concessão do seu proprietario, os vi– zinhos edillcaram alli diversas casas e, quando já sufliciente-

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