Penna, D. S. Ferreira. A ilha de Marajó: relatório apresentado ao Exm° Snr. Dr. Francisco Maria Corrêa de Sá e Benevides. Pará: Typographia do Diário do Gram Pará, 1875. 81 p.

ILHA DE MARAJÓ, i3 . \ fabrica de assucar, e aguardente, entra com rumo de E,N E. na Bahia do Marajó ou Rio Pará, deixando á direita a impor- tante Ilha de Sant'Anna e.o Arary. . As marés, durante o verão, pouco S')bem alem da vílla da Cachoeira .onde ·ella é fortíssima em aguas vivas; não se fa- zem sentir alem da fazenda do Tojal (do L,oronel Silveira Fra- • , de); e durante o inverno o fluxo é pouco sensível acima do baixo do Moirin. No começo d'esta ultima estação observa~se o importante facto de correrem ª" aguas do Arary em duas direcções oppostas e l'.-ontrarias; as da metade inferior do rio 1 contiouam a correr para a foz, ,ao passo que as da metade superior se dirigem para o lago Arury, d'onde retrocedem quando este lago acha-se um tanto cheio. Este fa_cto, já obsenado em 1864. p3lo sr. Moraes Jardim, Lº tenente, hoje tenente--coronel ele engenheiros, e confirmado pelo sr. Gomes cl'Oliveira e por outras pessoas de boa s.nppo- , sição, revelando 'a planura do centro da Ilha, explica ao mesmo tempo uma das causas' das suas inundações annuaes. A navegação do Arary, em duas quadras do anno, é im– pedida pela invasão clàs canaranas que estendem suas raizes sobre o rio, de -margem a margem, entrançando-si: de modo que para se ter passagem franca é mister cortal-as com a pre– cisa antecedencia ou esperar que, impellidas pela força das aguas do inverno, .ellas se desprendam das margens. N'este caso ellas descem, em feixes fluetuantes, pela corrente, arras– tando em sua marcha a embarcacão que as encontrà. Estas camadas de capim fluctuantes tem no paiz o 1iome de Barran– cos e no rio Paraguay o de Camalotes. ÁNAJÁZ- E' o 2. 0 rio em extensão e impoi;tancia; forma-se de 2 ramos: do Anajás proprio que .sabe de umas baixas do centro e segue para oeste, e do Mocoões que parle da ilha do Camaleão na beira dos Mondongos e segue a S O até o Ana– jás, defronte da povoação d'este nome. D'aqui o rio segue para N O até encontrar o Paranamirim do Àramá, que é olimi– ,te entre a Ilha de l\Iar;ijó e o Estuario do lado occiden' ai. oncle / termina o rio; mas é costume dar-se á este limite dJ Estuar,o o mesnió nome de Anajás até a bahia do Vieira. · O· Anajás é livremente naYegavd a vapor até a po\'oação - do seu nome e o é aincla cerca de 30 milhas em qualquer dos ~eus•dous ramos; o-seu curso, por{lm, é muito sinuoso principal– mente n'estes ramos, torriaJ:!dO ,pqr isso morosa a navegação. CuRuRu': vae da extremidade occidental dos Mondongos. para O, recebendo a direita o Jêirapucú e o Jurârá, inclina– se d'esta confluencia para S e entra no canal do Estuario,.

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