A Estrela do Norte 1869

\ ..J A ESTHELLA DO NORTE . Para sustentar que o poder religioso e po- 1Pio IX , o direito dos ministros da Religião lí tico são repugnantes,seria nescessario ad- a adquiri rem e possuírem nú.o só ri quezas, mittirumaespecie.deman icheismosocial. Se- como uma j urisdicç-ão secular , (4) e as pos– ria necessario dizer que a sociedade humana suiram de facto sem nenhuma quebra da vi– é governada por dous peinci p'os, um bom da sancta que professavam . e utro mau; o principio bom, o poder re- Protcsiemos em nome de tantos « convili– ligi oso; o peincipio m· u, o poder civil. Don- os particulares ou ecumen icos , que feri– de resultaria como neecs3a1-ia consequcn- 1 1·;.rn1 de anathemajú os hereges assaz forne– cia, que homcus sanctos e virtuosos, co- rarios para atacarem o direito dos minis– mo devem ser os Pontifice3 da Religião, tros su~;-ra<los, já os leigos constitu ido em não podem s,'m prevaricar, sem dero6ul' á dignidade que despojavam injustam nte a m:mcLi ac.lc ele seu e.! ,Ju, cxcrcn· o poder Igrc,j·1 c.le 8CUS bens, de sua jurisdicção e d(• civil do sua rnüurcza mau. seus di1·ei!os lu.nporae..; . » (5) E não é este absurdo monstruoso que sup- Protestemos ern nome dos mais s1sutlos põem aquelles qur dizem ser o po<lee tem- es .riptores e habeis políticos modernos, <lo~ poral dos Papas a causa ua decadencia da horuens, at0 indifferentes e hostis á nossa eligião ; e que :í. medida r.ruc s'eleva a Religião, Thicrs, Villernain, Guizot, Cousi n, influencia civil da Santa Só, abaixa--se a au- e Lautos outros. que encarando o Papado :í ctorida<le espiritual tl'ella, (2) e que todos luz da verdadciea erudi ão, acham ~o só os n.bm, os, desordens e e::;canclalos qnc se pos-iYcl,masnntural , uti ·ssima ca,é; s dCto na Igreja dimanam, sicut rivuli a /onre, saria a reunião dos dous poderes na pessoa ,te, àu ingercncia que se lhe tem da<lo nogoYCl'- chefe da Christandade. no temporai? E' preci!'.o, pois, que este se- Em que é que repugna a idóa de sobcra– ja bem mau, para assim corrompe e degra- nia com r de Pontificado? Não consiste cl– dar a tudo o que o toca! la cm fazer leis proprias a promover a fcli- Protestemos contra sernilhantc doutrina . cidade dos povos e em manter a ex.ccur11.o Protestemos p1·imciramcntc cm nome de dessa· ll'is, rcpl'imin<lo as tentati vas do:; ho– todos os povoa·, que YÍ1 ,uu sempre sem cs- 111ens pcl' 'crsos? IJma funcção é tão augusta tranhesa seus chefes revestidos da dupla auc- e sa:1La corno a outra; nenhuma desrliz da toridauc civil e religiosa, e isto não só nn. sanclid1:de ~o Pont~ficado . « ~e se olha o infancia ctJ.,.; socic<latles colllo Numa Pom- acto deJustiça cm ai mesmo , diz um a1,1.cto1·, pilio, mas no pleno vigo~ da ci rilisação dei- é a:~to da mnis excelsa vi r tude , porque qcm las, como Augusto . Entre as nações pa- pune o culpado, com o bem da pena res– i;ãs, observou com ra?:.ío Voltaire, et·a mais taura o ma l du culpa, procura mmtas vezes commum, do que c.:Iltrc a:-: christãs, esta a ern~nJa do rco, defende a soóedadc con– rcunião clo_Saccrdocio e do lmperio, (3) ll'n. os malvados, e com exemplo sal lar Protestemos cm nome dos grandes palt·i- fortalece a ordem, mantém os direitos, faz archas da antiga lei, cm nome dos Judas º?scrrnr os deveres e c?nser rn em pa.z : so– .l\lachabcu e seus heroicos successores, que c1edade . O l'. _zer tudo isso nüo 6, niio 1 0de por terem nas ~n.ãos a u_m_ tempo as red~as ser al_b~io ~a mansidã_o pontifical, po 1ue do governo poht1w e rehg10so do seu pai:, mani:,1dao na~ 6 _e~tup1d z. Alguns iue 1 )tos nem por isso ~cs:11ereccram ela rcpu1aç,~o qu~. n:t pena ~fh_g1~a ao cu)paclo só consi– de ,·arões sancl1ssunos, rnodcllos das mais de: arn o mal pli·ys1co,que se faz a nm homem, raraR virtudes civicas. ~ci ·an,-sc dominar de um vão sentimenta- Proic;;temos cm nome de granues reis e !ismo; mas se seclevassem a considerar a ue gran<1cs S,mctor-, que possuiram immcn- hel!:·zn. da OPdem e ~a justi?a que as penai;; ~os focsouros, cmpunharnm com homa 03 1 ..,.. ,lllt·'.un, nao darrnm mais estas por in– &cepflos mais brilhantes, dirigiram habil- conve!11c~lcs ao grande defensor da ordem menlf' os a-randes negocios da politica, sem e ?ª Justiça . . todavia p~rdercm um instante de vista as farnhem o ~onceito erroneo que muitos regras do Evangelho. tct~1 da auctor1dade suprema uggTava O so- Protestemos em nome de tantos Pontifl..:cs phisrna; porqu? como pensam que Deos niio auguf-los, a cujo nobre caracter, a cujas ad- L~rn outro attribu~o sen~o a clemenc~a, ~s– miraYcis, i1·tudcs e scieucia s'inclinam, che- sun_pcnsan~ q~rn nuo c~teJa hem ao Prrnc1pe ios <le vcne1·ai;ft0 os mesmos historiadol'CS sciwo amniStla e perdao; com es te conceito protestantcs,• e que, com invicta constan- error~eo na cab~ç-,a_desapp rovam todo acto eia, defenderam selllprn, desde s. Pedro até Ide ngor º? 8 Prmcipes e não podem tolera- lo no Pontifico; se ell es querem , porém, ter (2) rult. Ess1;lis sur les mccurs-Tom I. eh. 13. (;I) Le P?u vo1r temporel des papes par Mons le Ct »t1i– nal Matinou, chap I. p. 24 (4) lllid. (ii) oe Maistre, Ou Pape Liv. II. chap, 9 , .. ' •

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