A Estrela do Norte 1869
r ' 1 '80 A ES ELLA DO NORTE. Um poder de que escreveu Napoleão 3º: <«A soberania temporal do chefe-veneravel da Igreja está intimamente ligada ao esplendor do Catholicismo, assim como á liberdade e independencia da ltalia. (Carta ao Nuncio de Paris.) U~ poder de que dizia solemnemente o Sr. Bàroche, primeiro ministro do Imperador Napoleão : « O poder temporal não pode ser destruido. » Um poder de que dizia Odilon Barrott: « E' necessario que os dous poderes estejam uni– dos em Roma, para ficarem separados no resto do mundo . » Um poder sustentado por Thiers, por Gui– zot, por Villemain , por todos os grandes poli– ticos modernos, ainda inimigos da Religião, para não fallar de Bossuet, de Fleury, e de toda a catholicidade em peso , que durante dez seculos o admittiu, o approvou, o sus– tentou, não só como uma cousa muito con– veniente e muito justa, mas ainda como uma necessidade para o livre exercício do poder espiritual do Papa sobre todas as nações, um poder tal é que umjovenjornalista do Rio de .Janeiro, entre duas fumaças de charuto, ou– sará chamar um absurdo secular ! ~ Aneedota111. Pedro e Rita, marido e mulher, tinham promettido d_ar ao seu primeiro filho, para ser feliz, o nome do sancto cuja festa cahisse uo dia do nas0imento da criança. Nasceu urna gôrda e esperta menina , a t 9 de Maio, com que corre logo Pedro á folhinha e lê em voz alta: - i 9 de Maio, Vigilia, jejum. - Bom 1 di sse elle com o ar mais notavel :ao mundo. Julgae da sorpreza do Rvd . Cura e da hila– ridade dos circumstantes, quando á pergun– La ousada: - Qual é o nome da criança ? Respondeu Pedro muito senhor de si : - Chama-se Vigilia Jeium . Teve-se a maior difficuldade para fazer– lhe entender a significação d 'aquellas pal_a– vras ; apesar de todos os argumentos pers is– tia na sua manei ra de ver e só depois de al– gum tempo se resolveu a renunciar ao tão lindo nome de Vigilia Jejum! Nell} se admire o gosto extravagante do nosso (;}~ponio. Ha na Bahia um homem de côr preta, jnsigne artista, talvez o primeiro p:ston do imperio, e que se assigna ... João Bispo da Igreja ! A respeit.o de nomes proprios podemos citar ainda uma bella anccdola acontecida com o actual Exm. Sr. Bispo do Rio Grand~ do Sul. Chrismava o digno Prelado ; um menino é apresentado. - Como se chama? -Garibaldi, lhe respondeu o Padrinho. - Pio, chama--se Pio, responde de prom- pto o Bispo, e chrisma-o com este nome. O Padre Antonio Vieira explicando n'um sermão a significação da -palavra Maranhão, declara a seus ouvintes que esta palavra equivale á palavra maranha noaugmentativo , e diz o mesmo que maranha grande. Os maranhenses dão, porêm, outra e,thi– mologia. Chronien. Entramos nesses dias de solemne tristeza em que commemora a Sancta Igreja os sof– frimentos e a morte do Filho de D.eos, nosso Redemptor. As infamias hontem publicadas pelo Liberal contra a Religião Catholica e 1 seu augusto Pontífice Pio IX, Vigario de Je– sus Christo, ficarão sem resposta neste nu– mero. Os verdadeiros Sacerdotes, os verdadeiros christãos vão derramar lagrimas e oraçõe1i1 entre _e vesti bulo e o altar pela conversão dos infiei_s, dos hereges, dos scismaticos, dos jl;l– deos, em geral por todos que andam desvai– rados pelos caminhos tenebrosos ela impie– dade e_do êrro. A gente do Liberal, que ju~– ga serv_ir lá liberdade, atac.ando la Religião Catholica e seu Augusto Chefe, te,rá seu qui– nhão nessas tocantes supplicas da Igreja, Mãi fecunda da verdadeira civilisação e da verdacleíra I iberdade. Em razão dos dias sanctos proximos , e d_u mudança da typographia para outro local , não sahirá a E strella no ,domingo proximo , ~ PelllilRlllenJo, E' mui to menos raro encontrar homens sem virtudes, que encon tra-los sem defei– tos: ou antes não ha homem algum sem de– feitos, e o melhor é aquell e que tem menos. PARÁ-Tvr. DA EsrRELLA no NOI\TE-1869. ' t • ....
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