A Estrela do Norte 1869
l A ESTRELtl 70 mos. Na nossa íg norancia, pensavamos qu minisfi. o, abusam do seu san to um Jornal ·podia ·dirigi-~-a~-Qutro ·a pergunt ,10me. Q1 inguem se a suste com esta lo- si qu eria , ou não di.scutir tal ou tal questã ,ic r ; (! comb se , depôis de TlÓS 0 t.er, - • 3º Quereis guar dar -o ·silenoi,0 para não e:x - f;.Jpoj.adoti por salteadores, alg u!tn1 pôr ou compf•omette r al gum sacerd ote libf - úc caTitafrrn conselho de fazer· um ral etc. Com effeHo , se fossemos sacerdote rcque inir- lto ao Chefe ce Policia para ·que liberal , no verdadeiro elevado sentido dest proclamaR lipença para se saquearem todas pal avra - alto e bom ·som - havíamos prc- ~ ca11i s - El ' asshri · que certa gente quer testar contra es te argum ento , qu e parece sif rP remir 1,' crirries , p-edindo ·a Deos·, 'para nificar antes uma diffamaçiio, do qne u . ·t que ei:.t{' 1am sempre perdoados . protecçã.o . Um sacerdote por - ser li beral l O «Li/ 1 1il» no fim de;seu artigo, ncs .diz por liberal não ente·ndemos de modo algm I t ue ·II,• sta á sociedade muito maiores revolucionario) não poderia discutir a que . el'\i w nós . Não pr'etendemos abaixar tão de que se tracta , sem comp rometLer-st ! n •ui 1 1 n ing11em. Em todo o cazo., · e so– Com esta idóa - (per doe- se- nos a expr e. b1 ,, udo ..;p elle continua a empregar argu– são) - su11ersticiosa que um sacerdote libera 1 11 11tc11;, omo estes que acabamos de ana- para ·sor bom libera l, deve ser um sacerdo yzar ou • causado pelo Liberal não· será mau e rebelde, j a se fe z grande mal ao liber ·1·m l • !ismo e, não abandonando- a, se o levará u dia ao sepulchro ; e se fossemos conservad res no sentido do vocabu lario dos partid políticos, não deixariamos de app laudir a es ta maneira estranha de proceder . Si porêm, por li beral se enten de revoluci– onarz'o, então - ah então - lembramos, o que temos dito a respeito das crenças reli – giosas . Temos dó das vossas victirnas inno– centes, mas nenhuma inveja dos vossos mar– tyres. JlI Depois de ter procurado desta maneira a provar a opportun idadc do silencio, depois de ter declarado ; continuamos firmes no nosso proposito de não discutir com os Senhores da sociedade fé e lu:;es - começa o auctor - quem entre o nossos leitores o havia de adi – vinhar? - digo, começa o auctor tranquila– mente a discutir . E' pois permi~ido .duvidar a lgum tanto da firmeza do proposi.lo , e vale o proverbio : o homem propõe e Deos chsp{fe . l\1as de certo, se Deos dispoz o nosso auctor a discutir, os argumentos de gue eJle u sa não são nada divinos. · O primeiro argumento, que as- execuções que tiveram logar em Roma consti tuem um acto atroz, barbaro, etc. , é porque o Diario do Rio de Janeiro assim o diz. Já o sabeis, caros lei tores, este diario fallou ! Duvidae do evangelho, de tudo. mas não duvidae des– te oraculo, bem entendido quando elle diz aln·uma cousa contra o Santo Padre. Atten- 0 ' . v· d cão a cousa e seria. os, conserva ores se duv'idaes do Diario do Bio vos tornacs s 1 us– peitos de liberali smo; Vós _liberaes, se duvi– do.os do Dit:1,rio do Povo sereis reputados infe– ctados do conservativismo. O segundo argumento brilha por seu laco– nismo: Niguem contesta Q facto- logo cum– pre pedir a Deos - que melh0r inspire a seus • A REDACÇAO O 1101le1• te11111oral 110 Paam. Este poder será um absurdo secular? Vej a– mos. Absurdo se diz de uma cousa·evidente– mente contra_ria á. humana razão; de uma cousa que repugna ao senso commun-i . ·As– sim 2 e 2 são 5 - ó. um abs1ll'do, o circulo qua– drculo, a parte maior que o todo, não se deve amai' a JJeos, etc . , tudo isto é um absurdo tudo isto ó repugnante, nenhum homem d~ senso o pode admittir . Eis o que se entende por absurdo . Ora poder- se- ha dizer ·que o poder tem– poral do Papa é tal? Um poder de que disse Napoleão 1 º: <1 Os seculos /2'zeram isto e fizeram bem . » .Um poder dn q_u~I escreveu o protestan te Gibbo n : « O domrn.10 t_empora l dos Papas se acha ~undado s_obre m,il annos de respeito , e o mais bello titulo d elles á soberani a é a livre escolha de um povo libertado por el! es da escravidfw . » Um p0der do que disse Sismondi outro ' ' protestante: « O poder crescente dos Ponti- fi_ces era fun_dado sobre os m~is respeitaveis titulos das virtudes e benefic10s. »( Historia das Rep. Hal. tom . 1º, pag. 122.) Um poder de que escreveu Daunon: - « Pae~ e defensores do povo, mediadores en– tre o~ grandes, chefes da Religião, os Papas reumam_os diversos meios ~e iníluer!cia, que dá.o as riquezas, os benefic1os, Ui virtudes e o Sacerdocio supremo.» ( Ensaio hist. tom. t•. pags. 29 e 30. Um poder de que falla Voltaire ne~tes ter– mos: « O tempo deu á Sancta Sé 8-ireitos tão reaes sobre os seus estados, como os outros soberanos d'Europa tem sobre os seus. » (Voltaire,·ensaio sobre os costumes, cap. i 3.) ..
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