A Estrela do Norte 1869
. 'f r A ESTRELT E. 67 sua pobre caminha, e esforçando-se para r ri P ~rimir o seu accesso de impaciencia, bre ( ' J r uco se vira. Parecia que uma escu- 1 n ahira sobre ella, seus vestidos ti– adormeceu. Helena geralmente costumava dormir • profundamente que nem um pensamento quer lhe vinha per turbar o somno; po1 nessa noite aconteceu-lhe justamente o,,, 11- trario, por que , apenas encostou a cabeç PO travesseiro, sonhou que via junto a si m bellissimo anjo. Suas vestes eram de na deslumbrante alvura, seus compridos ct ~1- los cahiam-lhe até a cintura e suas azas e 1m tão brilhantes que enchiam de luz t L a choupana, e até mesmo da miseravel , 1 :me cadeiras do quartinho pareciam sah ' r1- lhantes semelhantes ás gottas de orv 1 J no transformado em andrajos inteira– i ,;apazes de perserva-Ia do frio; as • :corriam-lhe dos olhos e seu rosto 1 !gre e redondo torn ára-se 11allido tr1-;t ncovado pela fome. Comtudo He– lena I touque suas mãozinhas estavam cru– zada::. C' n oração, que os seus olhos se eleva– v:rn, % céo com frequencia, e que nessas ocr,u 'iões, um olhar de affectuosa devoção dav, 1 u a momentanea belleza á sua maci– lenta hysionom ia; tambem o seu anjo se ap– pro. ima va a ella muitas vezes e conhecia-se cl. r ;nente que sua presença a enchia de im f'a ve l gosto. Pareceu-lhe então ver mui- verão. la p ssoas passarem por junto do aUp,r; a Emquanto Helena o comtemplav ·.hem n 11 rparte deli as não fasia o menor (iaso da de admiração e gozo , o anjo com v ·hC'ia m ii oa, porém uma ou duas lhe atiravam de celestial doçura lhe disse: c,c, ar de desdenhosa compaixão, umacodea -Helena, esta noite murmuraste ão que ella recebia com expressão de pobreza. e invejaste os que são ma:s ·, idão. Mas algumas havia desapiedadas, que tu, Eu sou o teu anjo da guarda como U J lhe fallavam duramente, chegando até a o rdinariamente costumas ser uma í , Lubc t i-l a-nas faces; ella porém, recebia toda diente, foi-me permittido mostrar- ::i van- as injurias com mansidão, e cada vez ora- tagens do estado que te parece tão ficlil d · com mais fervo r pelos seus crueis perse- supportar. Levanta-te e segue-m lidares . Pareceu então a Helena, que se ·anta·, 1 Helena estarn para exprimir a sua indig- e seguia o anjo, até que ambos c 1 aram I 1ação á vista desta crue ldade, mas o anjo ta- um campo aber to e parnram dia dt> um I ou-lhe a boca com a mão e lh e di sse que altar de Nossa Senhora que ahi u, l1,1-v· 1 ornasse a olhar e lh e dissesse o que via. Ella Viam-se sobre o altar duas cor , e lo )orém mal lh e pôde responder, tão grande uma de es_pinhos e outra de rosa , n srande foi a sua admirnção. sobre os áegráos estava uma sen - O anjo está bem junto della, e Nos- belleza, na qual ella imrned~ata nte rec,' sa Senhora está em pé ao seu lado; seus an- nheceu a Mãi de Deos . OanJo ,1 Jílloµ P' drajos desappareceram todos, e ella está re- 0 campo, e Helena segui_ndo con o! 1 0 vestida de urna veste toda cober ta de brilhan- direcção do seu dedo, vrn um ot "í' Jl te mais deslumbrante do que a vossa, di s. e se encaminhava para o altar, · ' , z ella por fim. pela mão urr~a meni:1-a ainda_rn -A pobl'eza deste mundo é a riqueza da cujo vestuar10 era arnda mais 1 a eternidade-disse o anjo,-olha outra vez. 0 della, mas que tinha o rosl -Nossa Senhora enxugou-lhe as lagri- contentamento e alegria; a m u mas, e seu rosto está mais feliz e ri sonho do .no ultimo degráo do altar, e - que nunca. antou-se para ella com as ( j< < 1a -Felizes os que semeiam com lagrimas, mão. Helena tinha toda a ce1 ,1- pois colherão com alegria e contentamento la ia dar a corôa de rosas á dit ,o- replicou o anjo da guarda; ag·ora olha outr~ rém o seu guia angelico mur ·ü- vez. xinho ao ouvido: « Ainda n t )r- -Maria Santissirna pôz suas mãos sobre a nando-se a voltar, viu que 1\ tna corôa de espinhos, e os espinhos florcsceralll já tinhacollocado ~ corôa d ltre em bellissimas rosas. as ondeadas madeixas dacr ltão -Tal e qual, disse o anjo , os espinhos ela a Senhora desappareceu, e J-se terra, são as rosas do Paraizo. Agora pela um bocadinho dobrando af ros- ultima vez-olha. to como absorto em oração scn- -Turbas de anjos a rodeiam; Nossa Se- tia cornquanto não o viss nti- nhora a toma nos braços e agora vejo appro- nu~va mesmo assim a veli vninu. ximar-se aquelle ! .... Oh ! não ou~o cnca- que parecia estar de~aix du., e ral-o ! disse Helena cabinda de joêlhos eco - que ficou sentada sozinh< o al- brindo o rosto com as mão·. tar. Porém já. não era a ·iança -Tens razão, respondeu o anjo , nüo ,·, -
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