A Estrela do Norte 1869
56 N' ESTRELL , DO NORTE. seu fim, não tivesse obrado com prudenci e não lhe houvesse assegurado que nunc mais o ve_ria, r etirando- se logo . (Continúa} , Be"Vi@ta dos jo1·nRe8 , ifaÍiiu ·um d 'estes dias no Diario do Grnm-Pará um pequeno artigo escripto não sabemos por qu em, mas Cfue demonstra no seu auctor, ou au ctora ( ? ) uma ig-norancia crassa e grossei ra, ou uma malicia ainda peior, ou talvez estas duas qualidades ·ao mesmo tem– po. Vem com uma apparente ingenuifü1de de pomba, e .uma astucia de vibora , ou de rapoza, perguntar a u.m confessor o que significam algumas pergun tas per tencentes á confissão e que cer to Padre dirigiu a uma penitente no confessionario. An tes, por~m, de responderá entidade invisível que quer encarregar-se da policia de um acto re}igioso tão delicado e tão subli me, precisamos para nossa tranquillidade, perguntar-lhe qual o fim que pre– tende com isso'? Será, talvez, este senhor membro ou presidente de algum tribunal da inquisição ? ou querendo por accaso aproveitar esta quaresma para pôr ordem aos negocios de sua consciencia, procu ra conhecer qual o melhor confessor da cidade, afim de ir µepôr no seio deste pai em Deos os segredos mais ou ·menos feios de seu interior? Seja o que fôr, seu procedimento indica ou ignorancia, ou má fé. Senhor desconhecido, não saberá Vmc. o que os meninos não ignoram, que O SEGHEDO DA CONf'IS– SÃO E' INVlOLAvEL E SAGlll\.DO PARAO CONFESSOR , ASSIM COMO PARA o l'F.NITENTE 'I Logo esta mulher de que falla no seu perlido ar tigo, não podia, sem peccado, revelar o que se passou entre ella e seu pai espiritual, excepto si fosse cousa con tra os bons cos– tumes, ou con tra a religião ( o que verelllo5 d'i.qui a pouco não se aa-nu-no~~o CRso que_ só entâo seria ella obrigada sob gravíssimas penas a revelar o facto á auctoridade diocesan~, para ser devidamente pu – nido o prevaricador. Que pois I ó ho tnern d~ cons– ciencia tllo delicada ! seria isso uma invenção sua 'l cheira mu ito este facto á palav ra de Voltaire: Mente.1, mes amis, r,ientez impudemment, il en restera toujoui·; qttel!ftWchose. Mas supponhamos o facto verdadeiro : com que direito vem Vmc. lançar á cara de um pa– dre, de um cidadão honrado, uma perg unla que em virtude do sigillo sacramen tal hade ficar sem res– posta? Que delicadeza! qu e boa fé ! que política 11 ! E' o modo de proceder do cobarde, qttc q11erencl o es– bofetear, sem perigo de restituição, o seu inimigo, manda amarrar- lhe os braços com correntes que não pode este rebentar. Mas o que não pode, e talvez, podendo, se dedignasse fazer este Padre, que por ser grande 7Jrégador, confor– me o que diz o tal invisível, não tem bastante tempo para gasta-lo em al umiar um cego voluntario, nós, pobres cb ristii.os , tentaremos faze-lo com a graça de Dcos. l j por casas varlietilares? e a raposa esco ndida . qu e que– ria cl ernstar a vinha do Senhor, ha de Yer que onde pensava achar um b1;1raco na cêi:ca para invadi- la, encontrou uma ratoei ra onde deixou a caud a. Si não vê bem ai nda o senhor invisível, como es– tas !pergu n tas podem ser object.o de con{issao, e como · estaà de harmoni!t com us preceitos religiosos, lh,e acon– selhamos uma cousa, que pedimos mesmo como um gr and e favor . Vá Vmc. ter com es ta mu lller, e 'lhe peça a confissão inteira de todos os peccados, como ella mesma a fez a seu confessor, con tando todas a circu rnstancias e particularidades el e cada um delles; depois de ter obtido isto da boa velha, pu blique este interessante romance no j ornal, e então podere– mos ve!· a que se referem as pergun tas (lo confessor, e poderemos commen ta-las j untamente com os an– teceden tes que lhe deram logar de dirig i-las a uma peniten te no sagrado tribunal da penitencia. · Um jornal · conser~ador do Rio d~ Janeiro, o Diario do Rio, jornal cathoh co, qu e deu vivas á. Immaculada Conceiçao por occasião do acabamen to da guerra, pu– blico u uma correspondencia d'Europa em que o Au– gusto Chefe do Catholicismo é horr ivelmente calum– niadn. o Diario do Povo, jornal liberal, tra nscreveu logo a noticia, aj unctand?-lhe; os mais acerbos com– mentarios, e foi deste ultimo que o nosso Liberal do arei ex trabiu essa infamia que r•pu blicou em suas columnas para edificação da população catholica des– ta provincia. Antes de dar resposta cabal a essas in– venções in teiramente calumn iosas, reproduzindo os factos em toda a sua verdade, precisamos saber se a illustrada redacção do Libera l do Pará assum<:' ares– ponsabilidade da noticia que t ranscreveu nas suas columnas e se es tá disposta a discutir sisud amen te comnosco a causa de Pio IX, nosso Pai e Chefe espi– ritual. ~mo jornal abre margem a um commuoicado m que se falla de nosso divino Salvador nos termos ais indecentes. Serápur ser liberal? pergunta o mise vel auctor logo no titu lo do artigo, sem pen– sar que sta palavra liberal no sentidÕVUlgar cm que a f::mpre am os partidos polif.icos, não pode sem blas– phemia sei: applicada ao Filho de Deos, nosso adoravel nedempto Esse infeliz não conhpce nosso Senhor Je– sus Cliristo I Ignora o respeito que é devido á Di vinda– de ! E como podem homens, que suppomos isudos e uhristãos ,'°deixar publicar em seus jornacs tão cs– tolidas blas 1emias? Se alguem iesse trazer aos escriptorios da redação da Estrella d. ortc um ar tigo em que sr fallas~c com tão ridicula viandadc de l\laria Santissi ma, ou de um sancto q 1ier, nós repelli riamos com asco essa produ ção es ida; quanto mais se se tracta~se da pessôa adora l de nosso Salvador 1 Toda palav1 pouco rlccen te a respeito d Jlc nos magoaria ma· ainda do que se se atacasse a honra po nosso pai; orquc Elle é para nóa mai s qu e.isso; é nos o Ocos! Vocé tem filhas? perguntou o confessor á boa velha. Que novidade pode ach ar nisto_o arligui· ta ? Na ver– dad e o ter filhos ou filhas n ao é cm si materia de confi;são. Dizemos em si, porque si cllcs provéem de um commercio illegitimo qualquer, o te-los .será 11 a– teria necessaria da confissão. Porém admitLido que o penitente não tem obrigação de confessar ter proge– nitura t{Ualquer, não se pode nega r que o confes– sor tem o direito de perguntar-lh e qual o seu proce- . tlPr para com a familia, e como vig ir sohre o com– portamento de cada u m dos merr.hros ou habitant es de sua casa; logo h a de saber se o peni tente tem fi – lhos ou lll~a · se llles dá o bom exemplo de uma rondut·.ta rcg-ular, e se os deixa, e principalmente as filhas, vagar de casa em casa, e frequentar Jogares e pessoas rujo contacto pode ser funesto e mesmo mor– tal para as almas cornmettidas á sua guarda. Então o confessor podia mui_t~ bem perguntará penitente se a& netas que clla d!Zla ter, cornpl'avam , 1 u 1:ewliam O M sso jor mesru o modo deve rei vindi liberdad e da lismo que é catholi co, clcYc obrar do exccpto se clle pensa qu e a imprensa r , en tre outras liberdades, tamllcm a flsphemia. -cP • 1 Obse •· a~ões tlaer1110111e trie n s. MEZ DE FEVEREIRO. 5 1,. <la n1anbã. , . <la tarde. 5 b. da mnuhii. 2 h. dn tarde. Dia. Graus e. Graus e. 20 •..•• 26 . ••.• , 28 !!t • . . . 25 , . 29 1!2 . , . , . 20 .•••.- · 2fl Dia. Gra'• e. 17 ..... 2;, 18 . . . • . 5 . 10 . •.. , 26 . Grau!> e. • .. , 30 • . .. 30 •• , • 20 -===== ~!=============-=== PARÁ-TvJ' D\ E sTRELLA no NoRTE-1869. •
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